O juiz federal Flávio Roberto de Souza, flagrado dirigindo, em 24 de fevereiro, o Porsche do empresário Eike Batista, que ele mesmo apreendeu, sumiu com provas do processo contra um traficante de drogas para tentar encobrir o desaparecimento do dinheiro apreendido do criminoso.
Em depoimento à Corregedoria do TRF (Tribunal Regional Federal), da 2ª Região (Rio e Espírito Santo), Souza confessou que os atos foram praticados para facilitar o desvio de R$ 836 mil, entre euros e dólares, do traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate. O advogado do juiz, Renato Tonini, disse que o processo está sob sigilo e que, por isso, não faria comentários sobre o caso.
A reportagem apurou que a confissão de Flávio Roberto de Souza aconteceu em depoimento prestado à dois juízes. A dupla foi designada pela Corregedoria do TRF para analisar todos os atos praticados por Souza à frente da 3ª Vara Federal, o que compreende o ano de 2014 e os meses de janeiro e de fevereiro de 2015.
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O relatório produzido pelos magistrados baseou o pedido do Ministério Público Federal para a abertura de inquérito em que se apura se Flávio Roberto de Souza praticou os crimes de peculato, subtração de autos, fraude processual e lavagem de dinheiro. No caso da subtração dos autos, os juízes designados pela corregedoria descobriram partes do processo contra o traficante Zarate sumiram do processo.