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FORA DE PAUTA

Existe uma hora certa? 

Acredito que um dos grandes males – se não o maior – da sociedade atual é a ansiedade. Especialmente a ansiedade de alcançar grandes feitos, muito presente entre pessoas na faixa dos 20 aos 30 anos. É como se uma chave virasse ao chegar aos 20 anos, quando torna-se “necessário” provar algo ao mundo conquistando o trabalho perfeito, a casa dos sonhos, o carro do ano e o relacionamento ideal. 

Me pergunto em que momento tudo isso passou a ser urgente. Teria sido por influência das gerações passadas, que conquistaram grandes feitos ainda jovens, e deixaram esse legado? Ou será que os jovens de hoje simplesmente naturalizaram a pressa como um requisito para a vida adulta? Existe realmente uma hora certa para que tudo dê certo?

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Tenho a percepção de que o mundo digital, com as redes sociais repletas de publicações, intensificou ainda mais essa cobrança. As plataformas se tornaram uma vitrine de vidas idealizadas, onde poucos mostram a realidade dos percalços do dia a dia. Isso acaba criando uma falsa sensação de atraso em algumas pessoas que vivem no próprio ritmo, fazendo com que metas reais se tornem “pequenas”. 

Um dos grandes dilemas dessa situação é a comparação. O sentimento de se sentir insuficiente atinge como um tapa, fazendo com que as pessoas caiam na armadilha de acharem que possuem pouco ou estão atrasadas. Mas o que muitas vezes não se diz é que os caminhos não são iguais para todos. Sonhos e objetivos podem se tornar possíveis, mas as condições para alcançá-los variam muito de pessoa para pessoa. Nem sempre se trata apenas de esforço ou tempo, mas também de oportunidades. Ainda assim, mesmo diante dos obstáculos, a vida pode encontrar seus jeitos de seguir.

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Neste mês, faço um novo encontro com o calendário. Um momento propício para reflexões sobre o ano que passou e para traçar metas sobre o que ainda virá. Em meio a rotinas lotadas de compromissos, acredito que seja essencial parar um instante para contemplar o presente e planejar o futuro, mas com leveza, visto que a vida não é um roteiro pronto. 

No fim das contas, é humano desejar novas conquistas, mas também é importante celebrar o presente e valorizar o que já foi alcançado, dentro das possibilidades de cada um. Com tantas tragédias acontecendo ao redor do mundo, lembrar da finitude pode nos ensinar a valorizar o que já se tem.

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