De Mossoró, no Rio Grande do Norte

Desde quarta-feira, 23, a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, a 280 quilômetros de Natal, sedia a 30ª Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), considerada o maior evento do setor em toda a América Latina, e que é realizado a cada dois anos. Apesar de ser aberta à comunidade, o propósito da feira é técnico e de negócios. São apresentadas inovações em insumos, implementos e tecnologias para toda a cadeia produtiva.

Além de conferir estandes e conhecer as novidades de cada uma das empresas, os visitantes também podem participar de palestras, workshops, treinamentos e outras atividades que ocorrem nas dependências da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Na manhã de quinta, 24, o professor e pesquisador Lúcio André de Castro Jorge, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), falou sobre a chegada das novas tecnologias ao campo.

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Para ele, a agricultura digital é uma realidade cada vez mais perceptível e irreversível. “Os filhos dos produtores já nascem com um celular na mão, então é natural que haja esse maior interesse em descobrir e usar novas ferramentas”, afirmou. Uma das principais citadas por ele é a inteligência artificial, que pode ser empregada para automatizar processos e auxiliar no gerenciamento das propriedades, de maneira a otimizar a rotina e aumentar a eficiência.

O especialista tratou ainda sobre drones e o uso de sensores cada vez mais avançados que, em conjunto, são capazes de gerar um grande volume de dados e elevar a agricultura de precisão a um novo patamar. Apesar do preço ainda alto e das limitações tecnológicas, Jorge garante que o desenvolvimento é muito rápido e acredita em uma revolução no agro nos próximos três a cinco anos. Essa mudança, segundo ele, chegará também para os pequenos produtores.

As novidades, porém, vão exigir qualificação da mão de obra e investimento em novos locais de formação. “Não acredito que vá causar desemprego, até porque algumas dessas tecnologias são muito fáceis de operar, mas é evidente que precisaremos proporcionar cursos, treinamento e integração para os trabalhadores.” Nesse sentido, Lúcio Jorge pediu que o poder público e as instituições estejam atentos ao tema e às demandas já existentes.

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Município é conhecido como capital do melão

O município de Mossoró localiza-se no Oeste do Rio Grande do Norte, próximo à divisa com o Ceará e a cerca de 280 quilômetros de Natal. No clima seco e quente do Semiárido nordestino, com o auxílio da irrigação, prosperou o cultivo do melão, do qual o Estado é responsável por 60% da produção nacional, destinando grande parte da produção para exportação. Além disso, destacam-se os cultivos de melancia, caju e uva, entre muitas outras espécies que estão passando por experimentos em todo o Semiárido.

O melão de Mossoró possui um selo de identificação geográfica para atestar que a fruta é produzida na região. Apesar dos avanços, a crise financeira na Europa, principal destino, e as dificuldades logísticas para levar as cargas à China e ao Oriente Médio são vistos como os principais desafios a serem superados nos próximos anos.

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