Como está a renda do trabalhador gaúcho? Confira a análise da FEE: dados indicam a elevação da renda em todos os níveis salariais e o diferencial de salários entre homens e mulheres. O levantamento faz parte de uma série de estudos que a FEE divulga na Semana do Trabalho, sobre as condições de trabalho no Estado. Conforme o levantamento, entre 2001 e 2013, o trabalhador gaúcho viu sua renda crescer, em média, 38,6% acima da inflação, superando a variação vista no Brasil no mesmo período (34,0%).
Nesse espaço de tempo, houve elevação da renda em todos os níveis salariais, com destaque para as faixas mais baixas. O percentil 25 de rendimentos (aquele que separa os trabalhadores 25% que ganham menos) passou de R$ 485,00 para R$ 800,00 no Rio Grande do Sul, apresentando um aumento real de 65,1% (preços de setembro de 2013). Já os trabalhadores dos percentis de renda 75 e 99 tiveram reajustes de salários inferiores ao crescimento médio da renda. No Brasil, esse processo também ocorreu, tendo as faixas mais baixas uma elevação ainda mais expressiva (78,8%).
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O crescimento mais acentuado dos rendimentos das faixas mais baixas em relação à média e às faixas mais altas de salários teve um importante papel na redução da desigualdade de renda observada nos anos 2000.
Renda e nível de escolaridade
A educação do trabalhador medida em anos de estudo é um dos determinantes do seu salário. Por um lado, a educação pode ser entendida como forma de capital, chamada de capital humano. Investimentos realizados pelos trabalhadores para seu aperfeiçoamento aumentam a capacidade produtiva dos mesmos, o que, por sua vez, tende a se traduzir em aumentos de salários. Por outro lado, trabalhadores naturalmente mais habilidosos e, portanto, naturalmente mais produtivos, também adquirem mais capital humano, isto é, têm maior escolaridade.
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Tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, em média, a renda do trabalhador é maior para níveis de escolaridade mais altos. No Estado, o retorno médio real de cada ano de estudo nos salários observado em 2013 foi de 9,0%, muito próximo ao do Brasil (8,8%).
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Em todas as atividades econômicas, o retorno médio salarial de cada ano de estudo é maior para os trabalhadores gaúchos do que para os brasileiros. O retorno médio de um ano adicional de estudo no setor serviços é maior do que nas demais atividades, tanto no Estado (9,6%) como no Brasil (9,5%).
Comparação internacional
A taxa de retorno da escolaridade dos trabalhadores observada no Brasil, 8,8%, assemelha-se à da América Latina nos anos 2000 (9,2%); é superior à registrada na Europa (7,4%) e inferior à observada nos Estados Unidos (13,3% em 2010), de acordo com Estudo do Banco Mundial (2014).
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