Por falar em saudades, onde andava você, Marvel? Parecia meio perdida desde Vingadores – Ultimato (2019), lançando uma enorme quantidade de filmes e séries para promover o streaming da Disney, deixando todos confusos e esgotados com o excesso de conteúdo.
Passados seis anos desde seu último grande trunfo, o estúdio finalmente dá a volta por cima com Quarteto Fantástico – Primeiros Passos. Em cartaz nos cinemas de Santa Cruz do Sul, com sessões dubladas e legendadas, o novo lançamento da Marvel Studios resgata a fórmula mágica que a tornou (com o perdão da palavra) fantástica.
A quarta adaptação dos heróis para as telas se passa numa versão alternativa da Terra, similar aos anos 1960, mas com um toque retrô-futurista, semelhante ao desenho Os Jetsons. Na história, o planeta celebra os quatro anos de existência da equipe, liderada por Reed Richards, o Homem-Elástico; sua esposa Sue Storm, a Mulher-Invisível; Johnny Storm, o Homem-Tocha; e Ben Grimm, o Coisa.
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Ao contrário das obras anteriores, aqui a origem dos super-poderes do grupo é explicada brevemente por meio de um âncora de televisão. A ideia de mostrá-los já consolidados como heróis funciona e permite que o roteiro explore rumos ainda não vistos pelo quarteto na telona. E, principalmente, torna os vilões mais ameaçadores. Até a chegada da Surfista Prateada na Terra, anunciando a destruição dela por Galactus, um deus especial que se alimenta de planetas, os quatro eram considerados os salvadores da humanidade.
Tudo muda ao tentarem enfrentar a ameaça e descobrirem que são impotentes diante da colossal diferença de poderes. Antes de serem derrotados, o vilão dá aos heróis uma escolha para salvar a Terra. O preço, no entanto, é muito caro para o quarteto, que recusa a oferta.
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No retorno ao planeta, são confrontados pela imprensa e a população, que passa a criticar o grupo por não ter aceitado a oferta do vilão. E, assim, precisam lidar com a opinião pública desfavorável enquanto se preparam para a chegada de Galactus. Mas, afinal, como impedir um deus que talvez exista desde muito antes mesmo do próprio universo?
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Para além das ameaças e conflitos que são encenados, Quarteto Fantástico – Primeiros Passos é um espetáculo deslumbrante para ser visto na telona. Diferente de muitos filmes de super-heróis, a produção não tem vergonha de emular o visual dos quadrinhos clássicos e trazer uma música tema cativante, tal qual Superman e Batman.
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Ao manter a essência do grupo, trabalhando muito bem o relacionamento entre os personagens, o filme acaba resgatando a fórmula da Marvel que tanto sucesso fez no passado. Para os espectadores, é um alento, digno de gerar muita euforia e satisfação. O retorno, sem dúvida, foi… fantástico!
No universo dos super-heróis, o futuro também é incerto
A incerteza quanto ao destino da humanidade é um dos grandes trunfos de Quarteto Fantástico – Primeiros Passos. O filme consegue criar uma sensação de impotência diante da ameaça imposta por Galactus. A maneira como o vilão é revelado, apresentando a sua aterradora escala perante os heróis, que mais parecem moscas, realmente funciona e evidencia a grandiosidade do perigo iminente.
Não à toa que, ao retornarem para a Terra, Reed Richards, o homem mais inteligente do mundo, acostumado a ter resposta para tudo, não consegue conter a expressão de incerteza quando é questionado por um jornalista se o planeta está seguro. “Eu não sei”, afirma.
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E o fato de que os maiores heróis da Terra não tenham ideia de como derrotar o deus planetário faz com que o espectador se interesse pela jornada. Tanto o roteiro, assinado por três escritores, como a direção de Matt Shakman são eficientes em provocar dúvida e receio quanto ao confronto final, enquanto nos demais filmes de heróis sabemos que vai terminar bem.
Uma pena que a produção escorregue num problema clássico da Marvel: a dificuldade de desenvolver os vilões. Por mais que Galactus seja uma ameaça gigantesca, o personagem, brilhantemente interpretado por Ralph Ineson, não mostra a que veio. Há a questão de manter o mistério em torno dele, já que o desconhecido provoca temor, mas a sensação final é de que ele poderia ter sido melhor explorado. Talvez em um futuro retorno isso possa ocorrer?
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A falta de cuidado com o vilão não atrapalha a experiência. O descuido com sua jornada é compensado pelo destaque dado aos heróis. E aí o filme acerta em cheio. Agora, resta saber se a fórmula Marvel resgatada pelo Quarteto Fantástico será suficiente para salvar o cinema de super-heróis da crise que ela mesma criou. O futuro ainda é incerto.
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