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FALTA DE ENERGIA

“Foi o maior temporal que já vivenciamos”, diz gerente da RGE

Foto: Rafaelly Machado

Quedas de árvores danificaram as redes responsáveis pelo abastecimento de energia nos municípios da região

Na noite de 16 de janeiro, uma terça-feira, o forte temporal que atingiu o Rio Grande do Sul deixou 714 mil clientes da Rio Grande Energia (RGE) sem luz. No Vale do Rio Pardo, áreas do interior ficaram mais de uma semana desabastecidas. Passados dez dias, a concessionária afirmou que a situação foi normalizada. Nessa situação, ela volta à rotina de operação, embora ainda possa haver clientes no escuro pelos motivos mais diversos, desde manutenção a problemas na rede, resquícios específicos causados pelo mau tempo.

A tempestade que atingiu a área de concessão da empresa entrou pela região da Fronteira Oeste gaúcha por volta das 16h30. Além do grande volume de chuva, a velocidade do vento se aproximou dos 130 quilômetros por hora, “varrendo” o território gaúcho à medida que avançava. Após oito horas, terminou por volta da meia-noite, com ventos próximos a 110 quilômetros por hora.

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Grande parte dos danos na rede elétrica foram provocados por objetos arremessados pelo vento, em especial galhos e árvores. A área rural foi a mais afetada, por apresentar menos obstáculos para o vento. “Sem sombra de dúvidas, foi o maior temporal que já vivenciamos”, disse o gerente de serviços comerciais da RGE, Fábio Calvo, em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 na manhã dessa quinta-feira. Atuando há 24 anos no setor, afirmou que a área de concessão da energia nunca havia sido atingida por um evento climático dessa magnitude.

Conforme um laudo feito pelo Grupo Storm, sobre as condições atmosféricas entre os dias 15 e 17 de janeiro, a intensidade dos ventos, considerando sua velocidade, é semelhante à de um furacão. Nesses casos, são capazes de derrubar torres de transmissão e arrancar árvores e jogá-las sobre a rede elétrica. O documento também informa que as chuvas acumuladas no período chegaram a 126 milímetros. 

Além disso, foi constatada uma atividade elétrica muito alta na tempestade. Com isso, o índice de severidade – com escala de 1 a 5 – atingiu o máximo. “Todos os prognósticos anunciavam um temporal forte. Mas nenhum deles apontava para uma tempestade que se assemelha a um furacão”, destacou.

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Danos nas redes foram de “alta complexidade”

Diante dos estragos, a RGE passou a encaminhar e deslocar as equipes para as regiões mais atingidas. Conforme Fábio Calvo, em muitos lugares, foi preciso investir boa parte do tempo na limpeza da rede – cortando árvores e removendo objetos – para então começar a manutenção. Também houve necessidade de reconstrução da rede. Apesar de parecer simples, é um procedimento de alta complexidade e que eleva o tempo para concluir a manutenção.

No Vale do Rio Pardo, houve situações em que a equipe trabalhou até cinco dias reconstruindo o caminho até chegar nas residências, diante da quantidade de árvores jogadas na rede. “Às vezes, o cliente pensa que é só reconectar o cabo ou bater a chave do transformador na frente de casa. Mas, antes de chegar até lá, precisamos fazer a reconstrução. Caso contrário, vamos atender uma necessidade individual e não a coletiva.”

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Fábio Calvo concedeu entrevista à Rádio Gazeta 107,9 | Foto: Divulgação

Investimentos

Nos últimos cinco anos, a RGE investiu R$ 7 bilhões para reforçar as redes. Além disso, a equipe aumentou – atualmente são 5,5 mil profissionais preparados para atuar na contingência, distribuídos por toda a área de concessão. Os sistemas passaram a contar com mais tecnologias, e o formato de operação foi ampliado para facilitar os atendimentos. “Viemos nos preparando para esse episódio do Super El Niño. Tínhamos conhecimento de que aconteceria entre junho de 2023 e meados de abril de 2024, há pelo menos dois anos”, afirmou Calvo (foto) na entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9.

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Após estudar o impacto do El Niño no Rio Grande do Sul, a empresa pretende ampliar o investimento. “Nos próximos cinco anos, vamos investir R$ 9 bilhões na nossa rede”, anunciou, completando que parte do valor será para prever situações climáticas como a enfrentada na semana passada.

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Além disso, devem ser erradicados os postes de madeira, que serão substituídos pelos de concreto – que já representam 82% das estruturas instaladas –, projetados para suportar ventos de até 117 quilômetros por hora. “Se não tivéssemos trocado 250 mil postes nos últimos dois anos, não tenho a menor dúvida que o impacto teria sido muito maior.”

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