O ano de 2025 vai chegando ao fim e esse é o período certo para fazer uma pausa e refletir sobre o ano que passou. Por isso que se diz que é criativa a mensagem que teria sido escrita por Carlos Drummond de Andrade. Nela, o poeta fala da genialidade da pessoa que teve a ideia de cortar o tempo em 12 fatias, formando um ano. Depois de 12 meses, em que as pessoas estão no limite de suas forças, exaustas e com vontade de largar tudo, entra o milagre do ano novo. Mesmo sendo o primeiro dia do ano, como outro qualquer, tudo começa outra vez, com um novo número e vontade de acreditar que, agora sim, vai ser diferente e melhor.
O novo ano está aí e a maioria das pessoas já está imaginando e fazendo suas listinhas de objetivos que deseja alcançar. Antes, porém, é necessário olhar para trás e pensar no ano que passou, nas conquistas, perdas, decepções, surpresas boas e más, erros e acertos. Quais daquelas promessas, feitas no início do ano que está terminando que, talvez, nem foram registradas e se perderam ao longo do tempo? Onde foram parar o esforço, as horas mal dormidas, rotinas desgastantes, o dinheiro que passou em nossas mãos ou na conta bancária? Bate aquela frustração. Por isso, muito mais importante do que resoluções de ano novo que, quando não se consegue realizar podem causar ansiedade e problemas de saúde mental, é preparar um planejamento para os próximos meses; o ideal seria para o ano inteiro.
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Para o ano de 2026 ser realmente diferente é preciso fazer coisas diferentes. Não basta, na passagem de ano, comer lentilhas e uvas, pular sete ondas do mar, usar peças de roupas com cores específicas para cada desejo e fazer tantos outros rituais, simpatias e repetir os versos daquela conhecida canção para ter “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender…”. É necessário fazer a sua parte com confiança e com fé. Na área financeira, por exemplo, em que sempre existem preocupações e desejos de realizar alguns objetivos, é hora de rever o ciclo vicioso que se repete todo o ano.
Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira e PhD em educação financeira, além de outras atividades, sugere 10 passos para iniciar um planejamento financeiro, principalmente no início de um novo ano:
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1) Educar-se financeiramente: através de palestras, cursos, sites de internet, livros, artigos, mentorias, terapia financeira, etc., não só em finanças pessoais (focadas em técnicas de saber fazer alguns cálculos, pesquisar de preços, elaborar orçamento pessoas ou familiar, conhecer investimentos, etc ), mas, principalmente, no comportamento financeiro.
2) Ensinar a seus familiares de como melhor lidar com as finanças: todos concorrem com as despesas da casa e podem ajudar para melhor cuidar delas.
3) Descobrir para onde vai o dinheiro através do diagnóstico financeiro: uma vez ao ano, durante 30 ou 60 dias, anotar todas as saídas de dinheiro, desde pequenos valores, geralmente ignorados, até as despesas maiores, estabelecendo um padrão de gastos.
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4) Definir os propósitos e sonhos da família: o que querem alcançar individualmente e em família; raramente, a família fala sobre dinheiro, quem dirá sobre sonhos, desejos, propósitos.
5) Analisar os sonhos individuais e coletivos da família, transformando-os em objetivos que podem ser subdivididos em metas, em que se deve apurar:
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– quanto custa cada um dos objetivos e metas?
– em quanto tempo querem realizá-los?
– quanto vão poupar para realizar os objetivos e metas?
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– de onde vão tirar o valor que faltar?
6) Elaborar e seguir um orçamento mensal: diferente dos tradicionais, o orçamento da metodologia DSOP prevê Ganhos (-) valor para aposentadoria (-) valor para os sonhos (-) reserva estratégica para imprevistos (-) prestações (=) gastos; o valor previsto para os gastos do dia a dia passa a ser o padrão de vida pessoal ou familiar.
7) Reduzir gastos: se o orçamento não fecha, revisar os gastos, substituindo, diminuindo ou eliminando itens; pesquisas comprovam que e possível reduzir de 20% a 30% as despesas só com a eliminação de desperdícios.
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8) Destinar o dinheiro poupado: às vezes, as pessoas ou famílias conseguem poupar, mas como não definiram um destino específico – não “carimbaram” o dinheiro poupado – acabam gastando em qualquer coisa.
9) Investir o dinheiro poupado – o mercado oferece inúmeros produtos financeiros, de acordo com o perfil de investidor (conservador, moderado, agressivo) e com os objetivos:
– para objetivos de curto prazo (até 1 ano): caderneta de poupança ou Tesouro Direto;
– para objetivos de médio prazo (de 1 a 10 anos): CDBs e fundos de investimento;
– para objetivos de longo prazo (mais de 10 anos): Previdência privada e ações.
10) Revisar as finanças: passado um ano desde o último diagnóstico ou se houve alguma alteração significativa nos ganhos (aumento ou perda de salário ou renda, ou outra mudança qualquer) repetir o diagnóstico financeiro, conforme item 3 anterior.
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“Revéillon” não é apenas um nome que se dá aos eventos e festas que marcam a virada do ano, mas também carrega em sua origem francesa a ideia de vigília, de estar desperto para um novo ciclo. O novo ano é uma nova oportunidade que o país e as pessoas tem diante de si para se renovarem e começarem tudo outra vez. Qualquer que seja o plano, a prioridade e os objetivos para 2026, é hora de planejar a maneira de alcançá-los. Isso pressupõe celebrar as conquistas e aprender com as lições das perdas que vieram ao longo do caminho. Com mais clareza e foco, o contexto pode interferir, mas a vontade e a disciplina é que realmente vão ser determinantes para a mudança.
Próspero e, principalmente, Feliz ano de 2026!
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