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Francisco Teloeken: “Mês do idoso”

Foto: Freepik.com

No dia 1º de outubro, o calendário de eventos anuais marca o Dia Internacional do Idoso. A data foi criada pela ONU, em 1991, para lembrar dos direitos dos idosos e criar espaços de debate sobre a importância de preservar o respeito e a dignidade dessa população.

O dia 1º de outubro também foi adotado, no Brasil, para lembrar os idosos, pela lei federal 11.433, de 18/12/2006. O objetivo é garantir a preservação da saúde física e mental das pessoas com mais de 60 anos, consideradas idosas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de criar prioridades, como atendimentos especiais e transporte público, e regras para o funcionamento dos abrigos para idosos, conforme prevê o Estatuto do Idoso, criado através da lei 10741, de 1º/10/2003.

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Boletim divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) informa que em 34,5% dos lares brasileiros havia pelo menos uma pessoa com 60 anos ou mais. O estudo apontou também que 23% dos idosos continuavam a trabalhar e que parcela deles colabora com o sustento dos lares onde vivem com outras pessoas. Em quase 25% dos domicílios no Brasil há idosos que contribuem com mais de 50% da renda domiciliar, através de suas aposentadorias, pensões e outras rendas.

No Brasil, inventam-se – e não é de hoje -, cada vez mais armadilhas e golpes para enganar as pessoas. E os idosos são vítimas constantes e preferenciais de golpes, quer pela sua fragilidade física, quer pela falta de conhecimento ou entendimento, não só por meliantes, mas, também, por familiares ou pessoas próximas, que os induzem a assinar contratos de financiamentos e outros documentos que podem comprometer financeiramente seus dias de velhice.

Conforme balanço divulgado pela Agência Brasil, em 12/06/2019, 52,9% das denúncias de violência contra idosos foram cometidas pelos filhos. As violações mais comuns foram a negligência (38%); a violência psicológica, com gestos de humilhação, hostilização e xingamentos (26,5%); a violência patrimonial, em que o idoso tem seu salário retido ou seus bens destruídos (19,9%); e a violência física (12,6%).

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Quando for o caso, o papel da família para a qualidade de vida do idoso, além de relevante, está previsto em lei. O Estatuto do Idoso estabelece que a família se envolva nos cuidados e na proteção do idoso, “respeitando os seus limites e a autonomia a fim de não cercear sua liberdade e desejos”, explica Renato Andeira de Melo, médico geriatra e diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Afinal, a maior expectativa de vida precisa estar acompanhada de qualidade de vida.

Ficar em casa não tem sido a opção de todos os que já se aposentaram. Por necessidade ou mesmo pela vontade de continuar em atividade, muitos idosos optam por se manter ou retornar ao mercado, mesmo como voluntários. A data especial deve reforçar a cobrança de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dos idosos. É fundamental , também, que o setor privado invista em ações e em capacitações para melhor atender a essas pessoas. Existem desafios que não foram resolvidos no Brasil, dentre eles, o incentivo e a ampliação do mercado de trabalho para as pessoas acima de 60 anos, melhores condições nas redes de cuidados e a redução do preconceito, inclusão social e melhor acessibilidade para este público.

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As bases para um envelhecimento saudável

Para Virgílio Garcia Moreira, geriatra e doutor em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para envelhecermos bem, precisamos de três coisas:

  •  1. alimentação saudável;
  • 2. exercício: manter-se em movimento;
  • 3. cabeça: saúde mental.

Para construir essa base de envelhecimento saudável, o doutor Virgílio diz que o indivíduo precisa investir em si para ter três grandes reservas:

  • 1. reserva funcional: capacidade de exercer as atividades básicas e fundamentais do dia a dia;
  • 2. reserva cognitiva: estimular-se cognitivamente, com leituras, palavras cruzadas etc;
  • 3. reserva financeira: envelhecer é muito caro, mas, se tiver saúde, os custos serão menores.

É muito importante, mas infelizmente relegado, cuidar das finanças, procurando aplicar ou buscar os ensinamentos da educação financeira. Envelhecer pesa no bolso e um envelhecimento saudável está intimamente relacionado com o planejamento financeiro.

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Se ainda não serve para muita coisa, o Dia Internacional do Idoso pelo menos é uma oportunidade para que as pessoas lembrem que velhos não são os outros e que envelhecer não deve significar arrumar encrencas. Se não acontecer nenhuma fatalidade pelo caminho, a idade chega para todos e que, com ela, novas possibilidades se abrem, inclusive de dificuldades. O importante é envelhecer com qualidade de vida que está associada à vida ativa.

Por isso, sob a perspectiva da geriatria, o médico Luiz Roberto Ramos sugere que “não podemos delegar a responsabilidade de como vamos envelhecer” e praticar hábitos saudáveis como atividade física, alimentação saudável, contatos com familiares e amigos, e manter a mente estimulada com novas atividades (exercícios para ativar o cérebro com leituras, palavras cruzadas, artesanato etc ou práticas que demandam um pouco mais de disposição, como dançar ou cantar). Como afirma a psicóloga Márcia Célia Abreu “a flexibilidade e a resiliência são chaves neste momento da vida”.

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