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FALANDO EM DINHEIRO

Francisco Teloeken: “Poupar como pessimista e investir como otimista”

Foto: Pixabay

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Autor do best-seller A psicologia Financeira e colunista americano no mundo dos investimentos, Morgan Housel participou do Expert XP 2025, evento realizado em São Paulo, de 25 a 26 de julho, e que reuniu grandes nomes do mercado financeiro e personalidades de várias áreas. Entrevistado pelo Infomoney, Morgan discorreu sobre diversos aspectos que se relacionam com o investimento, sintetizando sua fala com frase: “Eu poupo como pessimista e invisto como otimista”. Diz o autor que poupa com a ideia de que o mundo é frágil, perigoso e coisas ruins vão acontecer. Mas, investe acreditando que, se conseguir suportar esses desafios, os retornos podem ser extraordinários.

Morgan destacou que muitas pessoas negligenciam a importância de poupar, especialmente os mais sofisticados e com mais educação formal, considerando a providência “simples demais”. Mas, segundo ele, em um mundo cheio de incertezas com guerras, pandemias e crises inesperadas, a poupança se torna essencial. “Se vivêssemos num mundo previsível, quase não haveria necessidade de poupar. Mas, vivemos num mundo em que os maiores riscos são aqueles que ninguém vê chegando”, afirmou. Em 2019, ninguém imaginava que uma pandemia global – a Covid-19 – pararia o mundo. O caminho não é tentar prever o imprevisível, mas preparar-se psicológica e financeiramente para a volatilidade.  

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Sobre a dificuldade de poupar em um país com uma distribuição de renda das piores do mundo e, em consequência, onde grande parte da população mal consegue sobreviver, Morgan esclareceu que, apesar dos problemas financeiros dos brasileiros, não é muito diferente dos americanos que também dizem ser impossível poupar. O erro está na ideia do “tudo ou nada”. As pessoas pensam que se não podem guardar muito, por que se esforçar? Diz Morgan que cada pequena quantia que alguém economiza é um pedaço do seu futuro que ela passa a possuir. O oposto também é verdadeiro: cada real de dívida é um pedaço de seu futuro que pertence a outra pessoa.

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Outro detalhe que Morgan citou é que, hoje, está mais acessível investir. Existem inúmeros fundos e papéis em que investir, inclusive com pouco dinheiro. É diferente como era em passado não muito distante, quando era preciso ter muito dinheiro para aplicar na bolsa, por exemplo. Há diversas maneiras de investir, levando em conta seu perfil de investidor: conservador, moderado ou arrojado. É recomendável contar com o acompanhamento de um especialista e seguir pelo menos duas recomendações: diversificar os investimentos e não concentrar todo o seu dinheiro numa única instituição financeira.

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Em sua participação na Expert XP 2025, o autor Morgan abordou outros temas, como:

  • O risco do endividamento: sem entrar no mérito se a dívida é boa ou ruim pela finalidade ou pelos juros que cobra, mas pelo risco que ela acrescenta à capacidade da pessoa de poder participar do mercado consumidor;
  • Preocupação com as apostas esportivas online: nos Estados Unidos, onde as apostas online já foram legalizadas há mais tempo que no Brasil, há uma explosão de casos de jovens com dificuldades financeiras, buscando terapia e até enfrentando falência pessoal.
  • Cuidado com os noticiários: Morgan fez críticas à maneira como os noticiários atuam. As manchetes de jornais e telejornais gostam de usar verbos pesados para anunciar alguma crise financeira, no país e no mundo; para uma queda um pouco mais acentuada do índice a manchete diz que a “bolsa derreteu” o que dá um significado bem mais catastrófico. Como o medo vende muito mais, o investidor sempre vai encontrar algo assustador acontecendo em algum lugar do mundo. Aí a pessoa acha que o mundo vai acabar, até abrir a janela e perceber que lá fora está tudo bem.
  • Ter paciência: é preciso conviver com o desconforto de eventual crise no mercado e focar na consistência. Alguém que está investindo para os próximos 20 anos não pode entrar em pânico com a queda da bolsa, que ocorre de vez em quando.

Enfim, para o escritor Morgan Housel a chave está em mudar a forma como enxergamos a poupança. Fundamentalmente, não ver a poupança como um sacrifício, adiando uma recompensa, mas como a compra da independência, no futuro. Requer uma habilidade pessoal, na qual o comportamento é mais importante do que o conhecimento.

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