Morador do Bairro Avenida, em Santa Cruz do Sul, o redator Jeison Silva, de 48 anos, costuma pagar em média R$ 283,00 por mês na conta de energia. Em julho, contudo, vai desembolsar 609,06.
Para Silva, ficou nítido que o valor dobrou durante a onda de frio em junho. Diante do clima, a família precisou recorrer ao ar-condicionado, além de usar mais o chuveiro elétrico e utilizar o aquecedor no banheiro.
“Estou torcendo para não ter que trocar a resistência [do chuveiro] toda semana. Economizamos, mas, com criança, não dá para desconsiderar a saúde. Adultos até encaram um banho mais frio; crianças, não”, afirma.
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Ele também adquiriu uma nova secadora de roupas. “Foi uma sequência de dias chuvosos. Não tinha onde estender para secar ao natural. E a umidade dentro de casa estava terrível, com água vertendo das paredes”, afirma.
Agora que o frio deu uma trégua, a família pode reduzir o uso dos aparelhos elétricos, sobretudo do ar-condicionado. O sol da manhã se tornou um aliado na hora de secar as roupas. “O problema todo é que o calendário não ajuda mais: quando chegar o verão, com mais de 40 graus, vamos ter que gastar com o ar-condicionado de novo. E também com a geladeira para manter bem refrigerados os alimentos e bebidas”, diz o redator.
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Conforme especialistas, relatos como o de Silva são comuns nesta época do ano. O professor do curso de Engenharia de Energias Renováveis da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Flavio Eduardo Soares e Silva, ressalta que a conta de energia pode aumentar significativamente em situações de extremos climáticos, tanto no frio quanto no calor.
O engenheiro eletricista explica que equipamentos com potência de operação acima de 600 watts, quando usados por longos períodos, podem pesar na conta. Cita como exemplo o ar-condicionado, aquecedores elétricos a resistência, máquinas de lavar e de secar. O maior vilão, no entanto, é o chuveiro elétrico no modo inverno. Segundo ele, enquanto um ar-condicionado de 9 mil BTUs tem potência de mil watts, um chuveiro varia de 5 a 8 mil. Assim, quanto mais demorado o banho, maior será o impacto na conta.
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Em média, o consumo de mil quilowatt-hora (kWh) pode custar R$ 500,00, variando conforme a bandeira tarifária. Sendo assim, os aparelhos de climatização, se ficarem ligados por mais tempo, podem contribuir bastante para o gasto mensal.
“Se deixarmos um aquecedor ou ar-condicionado, que consome um quilowatt-hora, ligado por oito horas, ele consumirá mais que ligar o chuveiro por uma hora”, explica.
É possível economizar, afirma professor
O professor do curso técnico em refrigeração e climatização do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), em Venâncio Aires, Guilherme Alfredo Genehr, diz que é possível economizar na conta de energia. Segundo ele, para minimizar o consumo, é fundamental manter o ambiente em uma temperatura entre 20 e 23 graus durante o inverno. “Isso evita que o equipamento opere além do necessário e garanta o conforto térmico”, afirma.
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Em relação ao uso do ar-condicionado e do aquecedor, Genehr explica que a potência elétrica é a mesma. A diferença, porém, é a eficiência entre os dois para aquecer o ambiente.
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“De forma geral, o ar-condicionado consegue distribuir melhor o ar quente e ainda possui controle de temperatura, o que pode ajudar a reduzir o consumo de energia. No caso do aparelho com o sistema inverter, é utilizada uma potência elétrica menor, além de um controle de temperatura mais eficiente, o que pode reduzir o consumo de energia elétrica ”, enfatiza o professor.
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Na hora de adquirir um condicionador de ar novo, Genehr recomenda verificar as especificações do aparelho, especialmente o índice EER, que mede a eficiência do equipamento. Também aconselha a população a contratar profissionais qualificados que tenham treinamento para realizar a instalação e a manutenção.
Uso consciente
Com os dias mais frios, os aquecedores elétricos se tornam uma alternativa para aquecer a casa. No mercado, existem diferentes modelos, mas independentemente da opção, especialistas recomendam o uso moderado e aparelhos com maior eficiência energética. Isso pode fazer toda a diferença na conta de luz.
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Cuidados
- Além das medidas para economizar na conta de luz, é necessário ficar atento aos riscos provocados pelo uso excessivo dos aparelhos com eletricidade durante o inverno. Em especial, o chuveiro elétrico tão presente nas residências.
- Conforme a CEEE Equatorial, cuidados simples são fundamentais. Sobretudo em relação à instalação do equipamento, que deve contar com sistema de aterramento adequado, evitando risco de vazamento de corrente elétrica. A manutenção regular também é fundamental para prevenir transtornos.
- Remendos, adaptações ou uso de resistências reaproveitadas devem ser evitados, já que trazem risco à segurança do usuário.
- Em caso de choque elétrico em residências, a companhia elétrica orienta que não se deve tocar diretamente na pessoa que está recebendo a descarga. O ideal é desligar imediatamente o disjuntor ou a chave geral e acionar os serviços de emergência pelos números 193 (Bombeiros) ou 192 (Samu).
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