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VÍDEO: golpe em paranaenses deu início às investigações da Operação Sinis Negotium

Foto: Alencar da Rosa

Acusadas tinham a missão de criar perfis falsos em redes sociais, a partir dos quais ofereciam produtos com valores abaixo do mercado

Foi em uma sexta-feira, dia 16 de julho, que moradores de Jussara, no Paraná, tio e sobrinho, chegaram a Santa Cruz do Sul atraídos por uma oferta muito abaixo do preço de mercado. Buscavam comprar uma grade agrícola de discos – a chamada aradora – para um trator. Para verificar a qualidade do produto, negociado durante semanas por meio das redes sociais, marcaram para a data em questão a visita aos supostos vendedores, antes que efetuassem o pagamento.

Ao chegarem no ponto marcado, próximo do autódromo, os paranaenses se depararam com bandidos armados. Foram rendidos e obrigados a efetuar transferências via Pix para contas direcionadas pelos assaltantes. Ao todo, o prejuízo para os moradores de fora do Estado foi de R$ 47 mil. Eles, por fim, foram amarrados. O objetivo dos criminosos ainda era roubar a caminhonete dos paranaenses, mas ela ficou atolada no barro e foi deixada no local.

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Horas após o roubo, trabalhadores das redondezas viram as vítimas amarradas e acabaram resgatando-as. Esse assalto foi o ponto de partida para uma investigação sigilosa da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) de Santa Cruz do Sul, que culminou no cumprimento de 11 mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão em seis cidades do Rio Grande do Sul, na chamada Operação Sinis Negotium (“negócio da China”, em latim), deflagrada nessa quinta-feira, 11.

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Desde a madrugada, agentes da 2ª DP, com o apoio da 1ª DP, Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), cumpriram os mandados em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Teutônia, Lajeado e no Bairro Progresso, em Santa Cruz do Sul.

Dinheiro, arma e drogas apreendidos

Além das cinco presas, a polícia solicitou mandados de prisão para seis homens que já estão recolhidos em duas celas da galeria D da Peva. Cinco deles são companheiros das mulheres. Um é de Santa Cruz e os outros da região de Lajeado e Teutônia. Um revólver calibre 38, cromado, foi encontrado em um local onde houve buscas. Também foram apreendidos porções de maconha, sete celulares, cartões de crédito, um relógio e bloco de anotações.

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Ao todo, R$ 7,1 mil foram localizados em uma residência e outros R$ 24.378,00 foram bloqueados em contas identificadas como sendo dos autores dos crimes. Estima-se que muito mais dinheiro tenha circulado dentro do grupo criminoso. Além dos R$ 47 mil roubados das vítimas paranaenses em Santa Cruz, um morador de Rosário do Sul acabou perdendo R$ 90 mil em uma fraude semelhante.

Mas os golpes de anúncio nos briques não eram as únicas especialidades da quadrilha. “Eles aplicavam outros golpes, como o dos nudes. Houve casos em que ficaram extorquindo vítimas durante muito tempo, se passando por advogados ou representantes de supostas adolescentes, que na verdade nem sequer existiam, mas se disseram ofendidas após a troca de fotos íntimas”, contou o delegado Alessander.

Policiais recolheram R$ 7,1 mil em dinheiro vivo e R$ 24,3 mil foram bloqueados | Foto: Alencar da Rosa

“Quem está envolvido nesse tipo de crime vai para a cadeia”, diz delegado

Na investigação, a 2ª DP solicitou quebras de sigilo telefônico e bancário. Os agentes descobriram que os autores dos crimes agiam quase que exclusivamente contra produtores rurais. “As companheiras ajudavam na movimentação financeira, auxiliando os presidiários na criação de páginas falsas, criando perfis de WhatsApp para o preso acessar com código”, revelou o delegado Alessander Garcia.

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Os agentes descobriram que até um manual manuscrito sobre como agir para aplicar um golpe foi criado pelo grupo criminoso, a fim de abordar as vítimas. Conforme Garcia, a Sinis Negotium, considerada a maior operação da região contra quadrilhas especializadas em estelionato, foi fruto de um trabalho exaustivo, que vinha sendo realizado há meses, e irá municiar várias outras delegacias com provas coletadas durante a investigação. “Conseguimos recolher muitos elementos probatórios do envolvimento deles nesses crimes. O Judiciário entendeu que estavam presentes os requisitos para as prisões preventivas dessas pessoas”, enfatizou o delegado.

“Precisamos ressaltar para a comunidade que quem está envolvido nesse tipo de crime vai para a cadeia. Os próprios presidiários cansaram de dizer para as companheiras que isso não daria nada, que no máximo iriam bloquear as contas. E essas prisões são a prova de que não é assim”, destacou. “Quem estiver envolvido, mais cedo ou mais tarde, vai ser alcançado pela polícia. Vamos chegar até eles e responsabilizá-los”.

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Os nomes e idades dos presos não foram revelados. Os envolvidos serão indiciados por associação criminosa. “Existem casos onde foi usada arma de fogo, o que aumenta a pena. Pelo menos duas dessas mulheres contribuíram diretamente para o roubo aqui de Santa Cruz, por isso, vamos verificar ainda em quais outros crimes cada um pode ser enquadrado.” O inquérito sobre o caso, que já conta com mais de 400 páginas, continua em aberto.

“A investigação ainda não conseguiu esclarecer quem foram os executores do roubo, quem abordou as vítimas em Santa Cruz, mas sim as pessoas que colaboraram para a prática do crime, fazendo contatos via internet. Temos alguns elementos sobre quem rendeu os paranaenses aqui, mas ainda não são suficientes para fecharmos essa questão”, complementou o titular da 2ª DP.

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