A comunidade de Gramado Xavier enfrenta dificuldades com o atendimento na agência de Correios há algum tempo. Relatos dão conta de que o serviço é prestado de forma esporádica. A unidade passou a operar três vezes por semana; depois duas e, desde abril, o funcionamento passou a ser incerto.

Um ofício enviado pela Superintendência Regional dos Correios para a Prefeitura informa a descontinuidade do serviço no município, assim como em outras cidades consideradas pequenas. Gramado Xavier conta com cerca de 3,5 mil habitantes.

Para não deixar a população desassistida, o órgão propôs ao Executivo um convênio, que está em análise, e será discutido em reunião marcada para o dia 7 de outubro, quando as cláusulas do termo serão debatidas no município.

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A proposta prevê a criação de uma Agência de Correios Essencial (CEL), que ficaria sob responsabilidade da Administração pública, seguindo padrões exigidos pelos Correios. Um valor de cerca de R$ 3 mil seria repassado mensalmente para remuneração de um responsável pelo local.

“Outras responsabilidades também caberiam ao município e contariam com um amparo dos Correios, mas a maior demanda seria desempenhada pela Prefeitura. São questões que precisam ser bem analisadas e discutidas”, explica a assessora jurídica da Prefeitura, Jaqueline Pereira. Se for viável para o Município, ela acrescenta, será firmado convênio para não deixar a comunidade desassistida.

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Moradora de Gramado Xavier, a advogada Prisciana Fernandes Mafi conta que por semanas a população ficava sem atendimento, sem nenhum aviso.

“Mais recentemente, abriu de forma precária, uma vez por semana, e até mesmo nesses dias permanecia horas fechado, muitas vezes. Nesta semana, na terça-feira, havia uma placa na frente do prédio informando que teria atendimento, o que não se confirmou. Já nesta quinta abriu das 11 às 15 horas. Essa incerteza é muito ruim”, comentou.

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A manicure Liliam Bastianel diz que já enfrentou diversos problemas diante da incerteza quanto aos atendimentos no local. Mercadorias que levariam pouco mais de uma semana para chegar demoravam cerca de um mês. Da mesma forma, houve casos em que boletos já estavam vencidos até finalmente serem retirados.

“Isso está sendo um problema muito grande para o comércio em geral, principalmente quando é devolução de mercadoria, porque, por fim, se acaba desistindo da devolução porque não se tem aonde ir”, disse. Ela ressalta que muitas pessoas têm sido afetadas. “Parece que a gente mora num fim de mundo, só porque moramos numa cidade pequena, parece que não se tem importância para o resto.”

A Gazeta do Sul fez contato com a assessoria de comunicação dos Correios em busca de um posicionamento, mas não obteve retorno até o fechamento da edição impressa desta sexta-feira, 3.

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