Equipes da Polícia Civil e da Brigada Militar identificaram e desativaram um local conhecido como a “fortaleza do tráfico”, uma espécie de bunker construído com estrutura reforçada. O imóvel irregular estava em uma área de propriedade do Município de Santa Cruz do Sul na Rua Avelino dos Santos, no Bairro Bom Jesus.
Os encarregados pela operação, nessa quinta-feira, 25, concederam entrevista coletiva no auditório da 16ª Delegacia de Polícia Regional (16ª DPR), onde apresentaram detalhes da investigação. Participaram o delegado regional Jader Duarte; o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Cristiano Marconatto; o secretário municipal de Segurança e Trânsito, Reginaldo Brito de Campos, e o delegado Guilherme Dill, titular da 1ª Delegacia de Polícia e responsável pela investigação.
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Duarte destacou que a operação deflagrada em conjunto pelas forças de segurança foi uma nova abordagem no combate ao crime organizado e ao tráfico. Sobre os bunkers do crime, o delegado regional confirmou que a descoberta foi a segunda estrutura identificada no município. “Esse foi o maior, um símbolo da resistência criminosa contra a atividade policial e a legalidade”, disse. Confirmou que a Polícia Civil obteve diversas provas com filmagens, prisões e depoimentos para obter autorização judicial e destruir a estrutura.
“O imóvel ficava em uma esquina conhecida e estava em atividade há mais de 15 anos. Era um local muito bem protegido, feito para resistir a qualquer ação policial”, detalhou. “Foi um trabalho de horas para conseguir o acesso.” A Polícia Civil confirmou que o ponto era utilizado para venda local de entorpecentes.
O delegado regional confirmou que a polícia tem uma vasta lista com nomes de usuários flagrados comprando drogas em diversos pontos do município. “Vamos debater com o Ministério Público e o Judiciário. Se houver o entendimento da Justiça, chamaremos essas pessoas para serem ouvidas”, informou. “Não há tráfico de drogas se não tiver o usuário. São eles que acabam financiando o crime organizado.”
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Segundo o tenente-coronel Cristiano Marconatto, comandante do 23º Batalhão da Brigada Militar, foram vários meses de trabalho por meio do setor de inteligência para monitorar a situação. “Identificamos lugares em que o tráfico tornou inacessível o acesso policial, e este foi um deles.”
Ele confirmou que o imóvel estava em uma área pública do Município de Santa Cruz do Sul. “O tráfico se apropriou e construiu uma fortaleza.” O comandante também ressaltou que a destruição do imóvel é um símbolo no combate ao tráfico em Santa Cruz. “Estamos devolvendo essa área à comunidade e inaugurando uma nova página nas relações institucionais e no combate ao tráfico em Santa Cruz do Sul.”
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Guarda vai monitorar terrenos
O secretário de Segurança e Trânsito, Reginaldo Brito de Campos, também falou sobre a situação da área pertencente ao Município. Segundo ele, não havia edificação antes da construção irregular. “O terreno foi sendo invadido. O Município tomou ciência do fato e se colocou à disposição para sanar o problema.”
Também informou que o Município passará a monitorar áreas públicas que possam ter sido invadidas e utilizadas pelo tráfico. O trabalho será feito pela Guarda Municipal, com repasse das informações à Brigada Militar e Polícia Civil.
O delegado Guilherme Dill, titular da 1ª Delegacia de Polícia e que comanda as investigações, frisou que o trabalho para localizar o imóvel durou dois meses, mas a área já era monitorada há mais de um ano. Explicou que as contas bancárias pertenciam ao grupo criminoso. “Tentamos bloquear o máximo e já deixamos preparada uma investigação sobre lavagem de dinheiro. O trabalho continua, vários envolvidos deverão aparecer ainda.”
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