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EXECUÇÃO

Assassinato no Arroio Grande foi vingança por crime ocorrido há 22 anos

Foto: Cristiano Silva

Em meio ao entulho, investigadores verificaram primeiros detalhes na cena do crime; vítima trafegava de bicicleta quando foi surpreendida

O assassinato de Adão Gabriel de Oliveira, no dia 5 de janeiro, no Bairro Arroio Grande, foi esclarecido pela Polícia Civil de Santa Cruz do Sul. Com 150 páginas, o inquérito que apurou o homicídio do homem de 59 anos foi remetido ao Poder Judiciário pelo delegado Alessander Zucuni Garcia, responsável pela 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP). Dentre as descobertas dos investigadores, chama a atenção a motivação dos autores para cometer o crime.

Adãozinho, como era conhecido, eventualmente saía pelas ruas da Zona Sul para catar materiais como ferro, plástico e até pequenos móveis, para levar ao “sucatão” que mantinha junto a sua casa, no Bairro Rauber. No dia 5 de janeiro, trafegava de bicicleta pela Rua São Roque, nas proximidades da esquina com a Rua João Kirst, quando foi surpreendido, às 17h45, por uma dupla em uma motocicleta. Ele tentou fugir para um terreno baldio, repleto de entulho, nas imediações, mas foi perseguido e assassinado com 18 disparos de pistola calibre 9 milímetros.

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A causa para o homicídio brutal foi uma vingança por um crime cometido pela vítima há mais de duas décadas, em março de 1999. Na oportunidade, Adão assassinou um homem no antigo Bairro Santo Antônio do Sul, hoje Progresso, no local denominado Beco do Cléber. A investigação da 2ª DP apurou que o indivíduo que desceu da carona da motocicleta, perseguiu e matou Adão seria o irmão do homem assassinado em 1999 pelo proprietário do “sucatão”.

“De início, embora eu tivesse ciência do ocorrido, não levei muito a sério essa possibilidade. Mas depois, no transcorrer da investigação, fomos averiguar e realmente foi confirmado. Chamou a atenção esse lapso grande de tempo transcorrido entre o fato que gerou essa vingança e o crime cometido recentemente”, comentou o delegado Alessander Zucuni Garcia.

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Adão Gabriel de Oliveira tinha 59 anos

Comparsa foi preso, mas atirador encontra-se foragido

A investigação para apurar as circunstâncias da morte de Adão transcorreu de forma ágil. Testemunhas relataram aos policiais que a vítima havia sofrido ameaças nos dias anteriores à sua morte, em razão da desavença antiga. Uma hipótese que considerava a participação de mais indivíduos, tripulando um automóvel junto da moto na cena do crime, logo foi descartada pela Polícia Civil.

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Inicialmente, este fato foi considerado após relatos de algumas testemunhas, que diziam ter visto um homem descer da carona do carro e efetuar os disparos em Adãozinho. Esta informação, no entanto, não foi confirmada a partir das provas técnicas obtidas pelos investigadores. A Polícia Civil identificou os autores do crime como sendo dois homens, de 22 e 40 anos, que seriam parentes e moradores do Bairro Progresso.

O mais jovem foi preso no dia 27 de janeiro em uma operação coordenada pelo delegado Anderson Faturi, que à época respondia de forma interina pela 2ª DP, durante as férias do titular. A ação, que contou ainda com o apoio de policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), prendeu o rapaz em uma residência do Bairro Senai, e apreendeu a moto utilizada no crime, uma Honda CBX de 250 cilindradas, cor bordô, com placa de Santa Cruz do Sul. Ele possui antecedentes por roubo, posse de arma, receptação e homicídio – este último enquanto adolescente – e foi encaminhado ao Presídio Regional.

O outro acusado, que atirou contra Adão e é irmão do homem assassinado pelo catador de recicláveis em 1999, encontra-se foragido. Possui antecedentes por roubo e homicídio. A arma do crime não foi encontrada. “Estamos realizando diligências com o intuito de localizar este homem”, salientou Alessander Zucuni Garcia. A dupla irá responder por homicídio qualificado, com a qualificadora da impossibilidade de defesa da vítima.

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