O Internacional encontrou dificuldades para se classificar às semifinais do Campeonato Gaúcho nesta quarta-feira, 8. Mesmo no Beira-Rio, o Cruzeiro não foi acanhado e abriu 2 a 0 de vantagem. O ingresso de Lisandro López, autor de dois gols, evitou uma constrangedora eliminação precoce na competição. A virada não aconteceu e para avançar, o Inter precisou bater o rival nos pênaltis.

Diante deste cenário, o presidente Vitorio Piffero valorizou a classificação e ressaltou a atuação do Cruzeiro, que impôs dificuldades. Também antecipou que a formação contra o Brasil de Pelotas na ida da semifinal, no próximo final de semana, terá jogadores poupados, já que o confronto contra a Universidad de Chile pela Copa Libertadores ocorre na quinta-feira, 16, às 22 horas, em Santiago.

“O Cruzeiro teve uma atuação excelente. Chutou três bolas a gol e entraram duas. E a culpa não foi do nosso goleiro. O resultado não dizia o que estava acontecendo em campo. Tivemos várias oportunidades de gol claras e não marcamos. O Cruzeiro teve menos e marcou. O Inter sempre tem espaço para crescer, mas eu aponto esse como o melhor jogo do Internacional. O resultado de dois a zero contra era injusto. Sem dúvida, era uma equipe estruturada, que não dava chances de gol para o adversário, só um chute de fora da área, onde a visão do goleiro também estava totalmente encoberta. No segundo tempo, no único cruzamento que eles acertaram, o atacante acerta uma cabeçada bem no cantinho. E o goleiro do Cruzeiro, que era da base do Inter, excepcional, foi muito bem. Agora, todos os jogos serão decisivos. Pelo Gauchão e pela Libertadores. Mas eu gosto disso. Acho que o futebol tem que ter esse drama. Isso é bom, isso mexe com as pessoas. Eu acho bom. Acho que a nossa equipe está preparada para enfrentar adversidades. E é uma adversidade grande. Dois a zero em casa e nós revertemos. Nós já tivemos outro jogos emblemáticos, uma vitória no último momento. Mas isso, volto a dizer, isso faz parte do futebol. Não tem jogo jogado. Ninguém é campeão por ter maior folha (salarial), ou por ter a menor folha já está eliminado. Vale é o trabalho durante a semana. Acho que está de parabéns”, resumiu.
 

D’Alessandro desperdiçou pênalti quando o Cruzeiro vencia por 2 a 0
Foto: Silvio Ávila

O técnico Diego Aguirre se mostrou irritado ao ser questionado sobre os lances dos dois pênaltis marcados. “Foram pênaltis ou não? Foram? Então tá. Se tem pênalti, tem que marcar. Faz parte”, disse. Sobre o desempenho da equipe, Aguirre preferiu destacar as chances de gol e a recuperação no segundo tempo. “Quase perdemos, ainda assim”, admitiu. Apesar disso, Aguirre fez uma análise positiva do que viu no Beira-Rio: “Não aproveitamos cinco ou seis situações claras antes dos gols deles e, no futebol, acontece o castigo”, ponderou. Mesmo com os momentos críticos, o técnico preferiu destacar pontos positivos. “O importante foi ganhar e jogar bem em alguns momentos. Vamos pensar o que vem pela frente. O Inter está crescendo, melhorando e gostei do time, pois criou opções e gerou bom futebol”, concluiu.

Os jogadores exaltaram a raça da equipe e elogiaram o rival. “A gente fez um bom jogo, criamos boas oportunidades. Foi no sufoco, mas o que importa é passar de fase”, declarou Eduardo Sasha. Para Alisson, a equipe demonstrou comportamento de time grande ao superar as dificuldades para conseguir o empate e se classificar nos pênaltis. “A gente mereceu pelo que a gente fez na partida e pelo que vinha fazendo no campeonato. A gente está sempre lutando e merecia a vitória. Passa muita coisa pela cabeça, mas soubemos manter a tranquilidade. Um time grande tem que saber sair atrás e buscar, mesmo com a grande atuação do Bruno, que foi muito bem hoje. Felizmente, tivemos tranquilidade, botamos a bola no chão e conseguimos empatar o jogo”, analisou.
 

Bruno Grassi, goleiro do Cruzeiro, foi destaque na partida
Foto: Sílvio Ávila

D’Alessandro desperdiçou um pênalti durante o jogo, mas se redimiu ao anotar nas cobranças decisivas após o empate. O argentino fez questão de elogiar o desempenho de Lisandro López. “Tivemos uma superioridade muito grande em termos de chances de gols e pressão de bola. Muita chances. Tomamos gols sem merecer em contra-ataque. Por mérito nisso, continuamos jogando com tranquilidade e conseguimos o empate merecido. Merecíamos vencer, mas está de bom tamanho essa classificação. O Lisandro é um craque. Quando nos ajudou, entrou. Temos um grande grupo e quando cada um tiver a oportunidade tem que aproveitar”, analisou. 

Mesmo reconhecendo a força do adversário, o técnico do Cruzeiro, Luís Antônio Zaluar se disse “decepcionado” com a atuação do árbitro Diego Real e prejuízos contra as equipes de menor investido nos confrontos com a Dupla Gre-Nal. “Sou treinador há trinta anos. Não cabe mais o juiz ajudar o time grande contra o pequeno. Não existe isso cara, não precisa disso. Eu duvido que ele desse esses dois pênaltis para o Cruzeiro. O Inter só conseguiu ganhar o jogo quando teve os pênaltis e a expulsão do meu zagueiro. Isso já tinha acontecido no outro jogo. Pênalti para eles e expulsão”, afirmou.