O 7º Encontro Regional de Jovens Trabalhadores Rurais, realizado nessa terça-feira, 15, no Clube de Vera Cruz, trouxe debates relacionados a questões estratégicas para o futuro do campo. Entre os temas que mobilizaram os cerca de 200 participantes estiveram a permanência no meio rural, incentivo à formação e qualificação.
O evento celebrou o Dia Estadual da Juventude Rural e contou com palestras e ações organizadas pela Regional Sindical Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí. O público ainda teve a oportunidade de conhecer mais sobre questões ligadas à segurança no meio digital, políticas públicas, crédito fundiário e habitação rural para os jovens.
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Cooperativas escolares de Vera Cruz participaram do encontro. O movimento sindical e sua história de organização e resistência dos jovens também foi evidenciado. Durante a tarde, houve ainda uma gincana de integração.
A coordenadora de Jovens da Regional Sindical Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, Luana Hoesel, destacou a importância das temáticas na atualidade. “Políticas públicas e acesso ao crédito são temas pertinentes para o jovem. Quem vai permanecer no meio rural precisa de crédito e de todo esse suporte para conseguir meios de inovar e produzir. É o momento também de plantar uma sementinha na cabeça de cada jovem.”
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Documento com as demandas será levado aos governantes
Os organizadores do evento entregaram uma carta para representantes e líderes municipais. O documento foi construído no Seminário de Jovens na Efasc, no ano passado, pelos jovens ligados aos dez sindicatos de 16 municípios da região. O objetivo é fazer com que o pedido chegue às esferas estadual e federal.
Na carta, constam ainda informações relacionadas às enchentes do ano passado. Outros pontos são contribuição para políticas públicas e leis acerca de uso e manejo sustentável do solo. Além disso, busca-se a construção de espaços de debate em torno de políticas de incentivo e divulgação da agroecologia como alternativa e capacitações voltadas aos jovens para resolução das problemáticas ambientais locais.
Outra demanda envolve a criação de leis e programas municipais que incentivem a produção de alimentos saudáveis, com ênfase na diversificação nas propriedades rurais e no acesso à saúde.
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O presidente da Regional Sindical do Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí e presidente do Sindicato dos Agricultores Familiares de Vera Cruz (STR), Cristian Wagner, diz que um dos pontos importantes da carta é a criação ou atuação efetiva dos Conselhos Municipais de Juventude nos municípios.
“Sabemos que muitos municípios já têm a lei para essa finalidade, mas ela não é efetiva. Então, aos municípios que ainda não possuem o Conselho, pedimos que criem, porque é nesses espaços que o jovem, ao estar inserido, terá voz para apresentar as pautas do campo em nível municipal. É aquilo que falamos há muito tempo: a política tem que parar de vir de cima para baixo. Ela precisa ser construída na base e a partir da necessidade das pessoas”, afirmou.
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A lista de pautas ainda tem como demandas as melhorias na internet para o meio rural e infraestrutura principalmente ligada às condições das estradas, e avanços na educação.
Para continuar
Morador de Linha Grão Pará, no interior de Venâncio Aires, Edson Felipe Metz, 31 anos, conta que apesar dos percalços, viver no interior permite estar em contato constante com a natureza e dar sequência a um legado familiar. “É na propriedade que também se tem oportunidade de inovar, melhorar com tecnologia, para progredir no próprio negócio. Hoje ,com ajuda de equipamentos, maquinários, consegue-se tocar bem uma lavoura com menos mão de obra. Mas também se precisa ter o cuidado com a terra, porque é dela que virá seu retorno.”


As jovens Emilly Viegas e Raíssa Canto, ambas de 19 anos e moradoras da localidade de Bosque, em Cachoeira do Sul, participaram do evento e acreditam no futuro no campo. Mas Emilly, que trabalha no STR em Cachoeira, falou sobre a preocupação com a evasão dos jovens da zona rural. “No sindicato, a maioria dos associados são pessoas acima de 50 anos, e raramente há a associação de um jovem agricultor. Mas a sucessão rural é essencial, pois a agricultura é o braço forte de muitos municípios e alimenta o mundo.”
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Raíssa, que atua na propriedade com os pais, acrescenta que vê o trabalho no campo como uma oportunidade de trilhar o futuro e de onde virá seu sustento, mas ressalta que muitas coisas precisam melhorar e avançar.
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