
Figura conhecida nas feiras rurais de Santa Cruz do Sul, o produtor Perci Darcísio Frantz, de 51 anos, é um entusiasta da fruticultura. Em sua propriedade, em São Martinho, ele cultiva, entre outras culturas, diferentes qualidades de laranjas e bergamotas. De onde reside, basta atravessar a estrada de chão para chegar ao pomar. Por lá as bergamoteiras e laranjeiras dividem espaço com outras plantas, como bananeiras e mangueiras, que acabam sendo benéficas ao desenvolvimento das árvores.
Os 1,5 mil pés são cuidados por ele em parceria com o irmão Jair Frantz. Na agrofloresta são cultivadas as variedades de laranja valência, folha murcha, umbigo, comum e do céu, e as de bergamota ponkan, montenegrina, japonesa (sem semente) e comum. “Nós começamos a colher em março e pretendemos seguir até janeiro. As técnicas utilizadas permitem isso. Ficamos só uns 60 dias sem citros no ano”, diz Perci, há 30 anos na área.
LEIA TAMBÉM: Comissão aprova projeto que suspende resoluções do Conselho Monetário que mudam regras do Proagro
Publicidade
Entre os desafios das safras, contudo, ele menciona a interferência da mosca da fruta e os períodos de estiagem, que ocasionam perdas na produção. Nesta temporada, a estimativa é de uma quebra de 40%.
“As condições climáticas têm muita influência. Essa frequência de períodos de seca é uma nova realidade, reflexo do desequilíbrio ambiental. Estamos num mundo diferente, precisamos reaprender muitas coisas”, afirma.
Resultados positivos
No momento, a maioria das variedades de laranjas e bergamotas está na fase final de maturação. Mas segundo o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Vivairo Zago, a safra está satisfatória. “O clima não chuvoso, com boa radiação solar e temperaturas amenas, favorece a qualidade (aroma, sabor e cor), além do tamanho dos frutos na maioria dos casos.”
Em relação aos aspectos fitossanitários, Zago afirma que a mosca da fruta, por exemplo, já está menos presente em relação ao ano passado. “Não se sabe exatamente o motivo, mas acredita-se que as temperaturas mais baixas em abril reduziram a população dessa praga.” Ainda de acordo com ele, doenças como pinta preta e cancro cítrico também estão menos intensas na safra.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Produtores iniciam mais uma safra de tabaco com a preparação dos canteiros
Já referente aos mercados, o especialista acredita que poderia haver mais investimentos e incentivos para a citricultura no Vale do Rio Pardo. “A região tem um grande potencial para produzir cítricos em maior quantidade e com boa qualidade. Poderia abastecer boa parte do mercado, o que não ocorre hoje, já que o volume produzido é insuficiente para a demanda local.”
Ricas em fibras
Do ponto de vista nutricional, laranjas e bergamotas são uma opção interessante para incluir na dieta. Ambas são abundantes em vitamina C, um antioxidante que fortalece o sistema imunológico. Segundo a nutricionista Carina Kappaun (foto), elas também são ricas em fibras. “Principalmente aquela parte branquinha. Não retire quando for descascar e pode comer sem problemas. Ela ajuda na digestão e no controle do colesterol e ainda favorece a saciedade.”
Publicidade
Por auxiliarem na absorção de ferro, as frutas também são bem-vindas como sobremesa, sem falar que são baixas em calorias (uma unidade, por exemplo, tem de 50 a 60 Kcal em média). “São frutas versáteis. Podemos usar para fazer bolos, chás e saladas e temperar carnes. Até a casca podemos utilizar. Só temos que higienizar bem”, afirma. Quer conferir receitas? No site nutrihoje.com é possível conferir algumas publicadas pela nutricionista.
Veja vídeo
LEIA MAIS NOTÍCIAS DO AGRONEGÓCIO
Publicidade
quer receber notícias de Santa Cruz do Sul e região no seu celular? Entre no NOSSO NOVO CANAL DO WhatsApp CLICANDO AQUI 📲 OU, no Telegram, em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça agora!