Luciana Deretti tem uma história marcada por uma dor profunda. E por uma força arrebatadora. Psicóloga, psicanalista, escritora e palestrante, ela transformou uma tragédia familiar, vivida na adolescência, no ponto de partida para uma jornada de protagonismo na vida pessoal e profissional.
Com duas décadas de atendimento clínico e mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, Luciana inspira pessoas a fazerem da felicidade uma escolha inegociável. “Sou prova viva de que ser feliz é uma escolha”, afirma com convicção. “Precisei escolher ser feliz, apesar de tudo. Mas também escolhi viver.” Aos 14 anos, Luciana testemunhou o assassinato do pai e do irmão em um crime brutal. Sobreviveu e, mais do que isso: seguiu em frente. Escolheu viver intensamente, estudar, amar, construir uma carreira sólida e ter, novamente, uma família.
Luciana afirma que sua trajetória pessoal foi determinante para a escolha profissional. “Sempre gostei de estar com as pessoas e sempre tive o dom da escuta. Quando passei por aquele trauma, precisei encontrar forças para reconstruir minha vida e encontrar um novo propósito.”
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Como sobrevivente de um crime, a psicóloga decidiu fazer da oportunidade de seguir viva uma missão. “Nada na vida me encanta mais como profissional do que passar os meus dias ouvindo das pessoas o que existe de mais precioso nas suas vidas: os seus sonhos, angústias, os seus pensamentos.”
Entretanto, importantes impedimentos poderiam ter feito com que Luciana desistisse. “Quando fui prestar vestibular, a primeira universidade que escolhi exigia um exame chamado psicotécnico, no qual fui reprovada. Segundo o exame, minha história de vida era incompatível com o exercício da psicologia. “Vejam como é a vida!”, relembra. Luciana não desistiu. “Passei no vestibular de outra universidade. Um ano depois, o psicotécnico caiu em desuso. Ter sido reprovada se transformou em motivação para que eu não somente concluísse o curso, mas três especializações em psicanálise na sequência.”
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Uma base emocional sólida foi importante para atravessar o trauma. “No meu livro, defendo muito os princípios da educação junto aos filhos, valores que todos os pais devem cultivar.”
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“Invencível” nasce da vida real
O livro Invencível: A felicidade como uma escolha inegociável nasceu da vivência da dor enfrentada por Luciana e da escuta de centenas de pacientes. Para a psicóloga, a obra é uma ferramenta para quem deseja se fortalecer e evoluir de alguma forma, principalmente aqueles que não têm acesso a um tratamento profissional.
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“O livro traz minha história de vida comprovando que superar toda adversidade é possível, mas também traz inúmeros ensinamentos da minha vivência profissional no consultório.”
A decisão de escrever o livro começou com um susto. “Fui fazer exames de rotina, cujos resultados vieram muito alterados. Indo para o hospital, me veio à memória a cena do crime, quando o assassino, depois de atirar no meu pai e no meu irmão, virou para mim, olhou no fundo dos meus olhos, baixou a arma e foi embora. Naquele momento, com medo de estar com algo mais grave, agradeci a Deus pela chance de estar viva.”
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Esse insight foi um ponto de virada. “Pensei: se eu tiver algo grave, como retribuí a Deus a chance que Ele me deu de chegar até aqui? Lembrei das pessoas me dizendo: ‘Vai para as redes sociais, mais pessoas precisam aprender contigo’. Saí do hospital, cheguei no consultório e decidi que dedicaria um tempo do meu dia para produzir conteúdos para as redes. Na sequência, veio a ideia do livro.”
Trajetória de desafios
Felicidade é escolha, não perfeição – Luciana fala com firmeza sobre o verdadeiro sentido da felicidade. “As pessoas confundem felicidade com perfeição. Ser feliz não tem a ver com uma vida perfeita.”
Para Luciana, felicidade é presença, é estado de espírito. “Tem a ver com a nossa capacidade de estar verdadeiramente presentes em cada momento da vida e papel em que estivermos. De entender que tudo de ruim que acontece pode ser também fonte de aprendizado. Sempre existe um outro lado da moeda.” E completa: “A felicidade não vem de fora. Ela vem de dentro. E quando se reconhece isso, é quando a pessoa se torna invencível. A felicidade é construída diariamente”.
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O perdão como libertação – Apesar da violência que sofreu, Luciana decidiu não alimentar o ódio. Para ela, o perdão é uma forma de não se prender ao que nos faz mal. “Todos teremos uma perda em algum momento da nossa vida, mas a forma como enfrentamos essa dor é o que fará a diferença para que se assuma o lugar de vítima ou protagonista do seu destino.” E reflete: “Como profissional sei que a raiva é um sentimento tóxico e como ser humano acredito que, quando se faz algo ruim, a responsabilidade é perante Deus.”
Maternidade: desafio e aprendizado – Casada e mãe de dois filhos, Luciana reconhece na maternidade uma vivência transformadora.
Como psicóloga, ela entende que a maternidade ensina sobre entrega, alteridade e limites. “Ter um filho é algo que nos ensina diariamente a se doar pelo próximo, a reconhecer as diferenças, a estabelecer prioridades. Não existe nem pai e nem mãe perfeitos. Filhos nos tornam eternos aprendizes.”
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Um legado de equilíbrio e coragem
Ao final da conversa, Luciana compartilha o legado que deseja deixar. “Como mulher, gostaria de autorizar todas nós a corrermos atrás dos nossos sonhos, a desbravarmos o mundo profissionalmente, acreditando na nossa força, sem jamais esquecer que existem lugares e papéis em que somos insubstituíveis. Nenhum sucesso no mundo compensa uma família fragilizada.”
Luciana acredita que o segredo está em reconhecer os tempos e as prioridades da vida. “Existem momentos que não voltam. Filhos pequenos são assim uma única vez. Conquistas profissionais podem vir depois. Talvez por isso o livro tenha surgido agora, depois de 20 anos de consultório. Hoje me sinto em paz com a minha família, com Deus e com o mundo.”
E conclui com o convite que dá nome à obra: “Invencível fala sobre a força que existe dentro de cada um de nós, é um convite para que todas as pessoas possam se tornar protagonistas do seu destino. E sou prova viva de que isso é possível.”
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