Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

OPINIÃO

Luís Fernando Ferreira: não tem remédio

Faltam remédios nas prateleiras das farmácias. Novamente. Um dos motivos seria a escassez de matéria-prima por dificuldades na importação de insumos da China e da Índia. Mas não é de hoje que os brasileiros enfrentam esse transtorno, nem foi a pandemia que o fez surgir. Há tempos a população paga uma alta carga de impostos federais, estaduais e municipais para obter serviços públicos de qualidade em saúde, educação e infraestrutura, mas o que recebe em troca, muitas vezes, é ineficiência e descaso.

As falhas no fornecimento gratuito de remédios de uso contínuo põem em risco a vida de quem depende deles, os portadores de doenças crônicas. Hoje faltam, por exemplo, medicamentos antipsicóticos para pessoas com transtornos psiquiátricos. São produtos de alto custo e que, se adquiridos na rede privada, podem significar gasto mensal superior a um salário mínimo. Quantos têm condições de arcar com isso?

Em janeiro deste ano, uma associação de famílias de pacientes com esquizofrenia constatou que a clozapina estava em falta em nove estados. Diante disso, muitos recorreram a doações para conseguir o produto em todo o Brasil. Seis meses depois, a instabilidade no fornecimento continua.

Publicidade

Segundo levantamento feito pelo Movimento Medicamento no Tempo Certo, da Biored Brasil – uma ONG que reúne associações de pacientes –, em torno de 11 mil pessoas que dependem de medicação contínua no País ficaram sem remédios entre 1º de janeiro e 16 de maio deste ano. A lista inclui 80 produtos de alto custo em farmácias. Mais de 75% deles são de compras centralizadas e de responsabilidade do Ministério da Saúde.

O Sistema Único de Saúde foi criado em 1990 para garantir cobertura de saúde a todos os brasileiros. Agora, aqui e ali, surgem propostas e tentativas de acabar com a gratuidade do SUS e enfraquecê-lo, desmontá-lo. Mas saúde e educação gratuitas não são favor de nenhum governo. Não são “esmolas”, concessão ou dádiva de ninguém. São apenas o retorno razoável, a retribuição mínima diante da enorme carga tributária que pesa sobre os ombros de todos. Afinal, pagamos impostos para quê? Para os bolsos de quem?

VEJA MAIS TEXTOS DO COLUNISTA LUÍS FERNANDO FERREIRA

Publicidade

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.