No momento em que os consumidores estão preocupados com o valor das contas de luz, vamos lembrar como funcionava o sistema de fornecimento de energia elétrica em Santa Cruz. Somente em agosto de 1905 a cidade passou a contar com luz artificial.

O responsável pelo serviço foi Henrique Melchiors. A Câmara autorizou a assinatura do contrato em outubro de 1904. A máquina geradora, a vapor, foi construída pelo próprio concessionário. Possuía dois cilindros, 25 cavalos e permitia iluminação com 400 lâmpadas. A rede atingiu algumas ruas e casas do Centro.

A usina ficava na atual Rua 7 de Setembro, quadra entre a Floriano e a Brito. Após seis anos, em 1911 Melchiors vendeu a estrutura para a Intendência (governo municipal), que assumiu o serviço em 1º de janeiro de 1912. O ex-proprietário foi nomeado diretor técnico do complexo. 

A Intendência reformou o prédio e construiu uma nova chaminé, com 37 metros de altura e 40 mil tijolos. Com isso, foi reduzido um pouco o efeito da fumaça provocada pela queima da lenha que aquecia a caldeira de vapor. Foi também adquirida uma nova geradora, melhorando a capacidade de produção do sistema.

Em 1930, a usina já estava obsoleta. O prefeito Oscar Jost pediu apoio do interventor federal no Estado, general Flores da Cunha, para instalar um novo sistema. As máquinas e caldeiras estavam em situação deplorável.

Com recursos próprios, Jost iniciou a construção do novo complexo, onde fica o antigo prédio da Secretaria de Educação. A inauguração foi em novembro de 1935. As máquinas, adquiridas em Porto Alegre, pesaram 300 toneladas. Para o transporte até a cidade, foram necessários 28 vagões de trem.

A partir de 1950, a usina não dava mais conta das necessidades e as faltas de luz eram constantes. Depois de muitas negociações, em 16 de abril de 1958 a CEEE encampou a usina municipal.

PESQUISA: Arquivo da Gazeta do Sul

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