O jornalista Frederico de Barros Silva, que também desenvolve carreira no universo da política e do serviço público, lançou seu primeiro livro autoral, o volume de contos Dias perfeitos, pela editora Lumina, selo da Bestiário, de Porto Alegre.
A sessão de autógrafos ocorreu neste sábado, 6, no Restaurante Domi Gastronomia, na Rua Carlos Trein Filho, 670, na região central de Santa Cruz. Exemplares estarão à venda no local, por R$ 50,00. Posteriormente a obra poderá ser encontrada em livrarias da cidade, bem como com o autor.
O livro agrupa nove textos que, embora classificados como contos (ou mesmo crônicas, na acepção de catalogação), têm extensões variadas, alguns concisos, como “O fogo caminhará comigo e tudo que restará serão cinzas” e “A praia”, e outros de mais fôlego, como “O silêncio que habita essa casa”. Em todos, a evidência de um atento olhar sobre o mundo, e com a amplitude de abordagens nas temáticas.
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Ainda que jovem, aos 32 anos, Frederico tem uma caminhada na política. Enfrentou duas campanhas eleitorais em Santa Cruz, uma na condição de candidato a prefeito, na eleição de 2020, e outra a vereador, no ano passado, ambos pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Entre uma e outra, permaneceu por uma temporada em Brasília, onde foi coordenador de Análise de Conteúdo do Governo, uma pasta dentro da diretoria de jornalismo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele é santa-cruzense e formou-se em Jornalismo pela Unisc.
Janelas para o íntimo
As narrativas de Frederico de Barros Silva funcionam como janelas que, com diferentes graus de transparência ou nitidez, nos convidassem a mirar o mundo ao redor. Ora, o que se salienta é o íntimo dos personagens, em suas aventuras cotidianas, em seus devaneios e expectativas perante a sociedade; outras, aspectos da paisagem, das ruas, e os dramas humanos.
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Ainda que ele tenha uma vivência na política, esta não chega a balizar os enredos, com exceção de um, “Clandestino”, contextualizado no período da ditadura, como ele próprio refere. Nos demais, sobressaem os dilemas afetivos, as inquietudes íntimas, os relacionamentos em compasso de espera ou de partida.
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O faro de jornalista se salienta, com personagens perscrutando a rotina. Recorrente, um universo onírico, tão latente na literatura, em que a história de repente cede lugar ao sonho (ou ao pesadelo), tendo presente que a própria literatura é um sonho individual dentro de uma realidade coletiva.
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Como Frederico salienta, são textos elaborados em diferentes momentos, e que foi deixando maturar ao longo do tempo, já desde seu período de estudante de Jornalismo. Também se evidenciam, em algumas passagens, aspectos que remetem a sua temporada profissional em Brasília, junto à EBC. É dessa fase ainda a imagem da capa, de sua autoria, captada durante um passeio pelo Planalto Central.
“A Luna me observava, deitada no azulejo creme da cozinha, com a cabeça em cima das patas, sem demonstrar qualquer interesse de se locomover, como se me pedisse para que eu continuasse ali por algum tempo, após ter passado a noite fora de casa. Portanto, me permiti ficar, olhando a mobília escassa, a geladeira branca recém-comprada em uma loja qualquer da região e as cadeiras vagas. Naquela noite, seríamos apenas eu e ela em casa e mais ninguém. Quando observei o relógio apontar quatro horas, decidi que era o bastante e deveria tentar dormir, nem que fosse para pegar no sono pelas seis da manhã, como vinha sendo mesmo, já que as ideias de romance que eu tinha começavam a se formar pelo horário mágico das cinco da madruga, me fazendo ligar a luz do abajur e pegar um pequeno caderno de anotações.”
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