A 11ª Conferência das Partes para o Controle do Tabaco (COP-11) começou nesta segunda-feira, 17, em Genebra, na Suíça, marcada por restrições de acesso e dificuldades enfrentadas por lideranças e equipes técnicas para ingressar nas salas onde ocorrem as discussões.
Em meio ao cenário de tensão e incerteza sobre os rumos das políticas globais de controle do tabaco, o enviado especial da Gazeta Grupo de Comunicações, Romar Beling, entrevistou o deputado federal Marcelo Moraes (PL). O parlamentar destacou os problemas da comitiva brasileira que enfrentou barreiras logo na chegada à COP-11, em Genebra. Moraes disse que o grupo está “a 10 mil quilômetros de casa”, acompanhando um evento que trata do futuro da cadeia produtiva do tabaco. Conforme o deputado, a conferência já começou sem transparência. “Ela já começa errado”, afirmou.
Marcelo Moraes relatou que parlamentares federais, estaduais, prefeitos e a imprensa não puderam entrar na conferência. Para o deputado, a situação indica restrição ao debate. “O contraditório não é permitido”, frisou. Moraes criticou o fato de que apenas representantes contrários ao setor tenham acesso ao evento. Destacou, ainda, que a convenção é financiada com dinheiro público, mas que “só pode entrar quem trabalha contra os produtores de tabaco”.
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O deputado federal também disse estar preocupado com conversas de bastidores sobre possíveis propostas que o Brasil poderia apoiar durante a conferência. Segundo o parlamentar, há menções à ideia de criminalizar produtores e a indústria pela não coleta de bitucas. Moraes afirmou que essas medidas trariam impacto significativo. “Isso pode causar um grande dano ao meio ambiente”, disse, citando a justificativa apresentada por defensores da proposta. Ele alertou que iniciativas desse tipo “podem trazer um grande prejuízo” e até “inviabilizar a produção”, com reflexos sociais e econômicos para a região, o Estado e o País.
Apesar das dificuldades iniciais, Moraes afirmou que a comitiva seguirá tentando entrar na COP-11 até sábado, 22. O objetivo é apresentar contrapontos e “pressionar o governo Lula a entender a importância que tem a cultura do tabaco”.
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Marcelo Moraes ressaltou que “140 mil famílias” dependem diretamente da lavoura, além de “mais de 40 mil empregos gerados na indústria” e milhares de postos indiretos, lembrando ainda que o setor “exporta 91% da sua produção”. Por esse motivo, afirmou que seguirá atuando para impedir “qualquer medida que venha a trazer prejuízo” para a cadeia produtiva do tabaco.
Confira no vídeo abaixo a íntegra da entrevista com o deputado federal Marcelo Moraes
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*Colaborou Romar Beling

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