Marlene Fuerstenau. Um nome que significa potência, história e, principalmente, amor ao próximo. Isso porque são mais de 40 anos dedicados a levar ensino e acolhimento com o trabalho voluntário diaconal, entre eles o Projeto Alegria e Esperança, do qual é fundadora.
Tudo começou com o ingresso na Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (Oase) da Comunidade Evangélica em 1980, incentivada pela irmã Hildegard. “Ela veio na minha casa e eu estava tremendo. Me convidou para participar e eu disse que não tinha dom, não sabia bordar, fazer tricô, cozinhava muito simples. Então, ela respondeu: ‘você tem dons escondidos que ainda não descobriu’”, conta.
Na instituição, levou mensagens de fé e afeto para diversas pessoas. Foram mais de dez anos de visitas a idosos em asilos, incluindo a participação em um grupo de visitadoras de hospitais. Marlene participou da organização do primeiro encontro de idosos e pessoas com deficiência em Santa Cruz do Sul, atividade que ocorre até hoje no município. Além disso, também coordenou projetos sociais como o grupo de danças Alegria de Viver, no Bairro Bom Jesus, e o grupo de danças Amor à Vida.
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Fundadora do Projeto Alegria e Esperança
Paralelo ao trabalho, a solidariedade também estava nos pequenos atos de sua vida. As crianças que perambulavam pela rua já sabiam que a tia Marlene estava lá para ajudar. Um dia, uma chuva forte fez com que as crianças precisassem se abrigar na casa dela. Para passar o tempo, Marlene começou a realizar atividades com os mais novos.
Elas foram embora, mas um pensamento permaneceu no coração dela: a vontade de seguir os ensinamentos começados naquela tarde. “Tinha um menino que era o tal ‘Sabonete’. Dei uma folha a ele e o ajudei a fazer o algarismo 1. Quando ele terminou, eu disse: ‘você conseguiu, Sabonete’. O guri levantou do chão, saiu pulando. Foi uma cena que me emocionou muito”, relembra.
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A reação do jovem Sabonete a fez pensar em como poderia auxiliar aqueles jovens. Assim, com passos tímidos, o projeto surgiu em 1992: quatro crianças convidadas para ir até o Centro Comunitário da Comunidade Martin Luther e realizar atividades coordenadas por Marlene e a amiga, Dulci Müller. Foram contação de histórias, ilustrações e reforço escolar. De boca a boca, mais famílias divulgaram a ideia e levaram seus filhos para participar.
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Depois, o projeto foi incorporado à Oase. “Nossa intenção sempre foi dar uma nova visão de mundo para as crianças do projeto. Claro, não conseguimos fazer com todos, mas tivemos ótimos retornos. Um dos nossos meninos está fazendo doutorado em fisioterapia no Canadá”, emociona-se.
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Uma tentativa que começou há 33 anos já soma mais de 2 mil jovens em situação de vulnerabilidade social beneficiados em Santa Cruz do Sul, entre 7 e 17 anos. Atualmente, o projeto funciona com inscrições e conta com seis profissionais remunerados para atender as crianças e adolescentes, e mais de dez voluntários. Entre eles, uma psicóloga, uma assistente social e professores de música.
São 42 inscritos no programa vindos de bairros mais vulneráveis da cidade. Desde 2022, o projeto passou a atuar como Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Alegria e Esperança, por meio de um convênio com a Prefeitura de Santa Cruz do Sul.
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Conheça a Oase
Fundada em 1899, a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas é um setor de trabalho da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Em Santa Cruz do Sul, a entidade atua desde 1910 com a realização de trabalhos diaconais, como a formação de grupos de idosos, visitações, serviços e acolhimento de crianças, adolescentes e jovens em situação de risco.
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