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JOSÉ AUGUSTO BOROWSKY

Memória: cartazes dos filmes do Cine Apolo já geraram polêmica em Santa Cruz

Foto: Banco de Imagens/Gazeta do Sul

Cartazes dos filmes exibidos pelo Cine Apolo eram expostos na Rua Marechal Floriano, defronte da antiga Farmácia Evers

Santa-cruzenses que estão na faixa etária acima dos 50 anos ainda lembram do tempo em que o antigo Cine Apolo colocava os cartazes dos filmes no Centro, na calçada da Rua Marechal Floriano. Mas, em três ocasiões, a prática gerou polêmica.

O Apolo foi fundado pelo Clube União, passou pela família Kuhn e, no final da década de 1930, foi vendido ao farmacêutico Victor Nelson Evers. Como o cinema ficava na Rua Júlio de Castilhos, 557, um pouco fora da área de maior circulação, ele colocava os cartazes dos filmes na calçada em frente da Farmácia Evers, que era de sua propriedade.

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O ponto na Floriano (hoje edifício Dom Castor) tornou-se tradicional. Os cartazes, mostrando os atores principais e fotos menores de cenas do filme, ficavam grampeados em uma estrutura de madeira, que era recolhida à noite e recolocada na manhã seguinte. Ali, os aficionados por cinema definiam o que iriam assistir e trocavam ideias sobre as películas.

Mas, em três oportunidades, o material gerou polêmica. Em 1948, a pedido de entidades ligadas à Igreja Católica, o cartaz do filme Alegria, Muita Alegria foi apreendido pela polícia por ser considerado imoral, o mesmo ocorrendo com o filme. O inquérito acabou na promotoria, que determinou seu arquivamento, pois não cabia a Santa Cruz censurar uma fita liberada pelo Ministério da Justiça.

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No ano seguinte, um padre jesuíta, indignado com atores vestindo pouca roupa, rasgou os cartazes dos filmes Numa Ilha com Você e Naná. Para ele, as imagens eram imorais e “mais perniciosas do que um touro solto na multidão”. Para completar, Lupe Vélez, atriz principal de Naná (baseado em romance de Emile Zola), havia se suicidado há pouco tempo, o que aumentava a curiosidade em torno da fita.

No início dos anos 60, um jesuíta rasgou o cartaz de Os Amantes. O assunto foi parar na imprensa da capital do Estado, que não poupou críticas ao moralismo da cidade. Nos três casos, a direção do Apolo recorreu à Justiça, foi indenizada e obteve o direito de exibir os filmes.

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