A primeira quinzena de maio de 1945 foi de comemorações em Santa Cruz do Sul. No dia 7 daquele mês, a Alemanha declarou sua rendição incondicional na 2ª Guerra Mundial, ato assinado no dia 8. Para os brasileiros, o conflito estava terminando.

Tão logo foi confirmado, o fato foi ao ar na Voz do Poste. Como não havia emissora de rádio em Santa Cruz, o Som Azul Estúdio mantinha um sistema de alto-falantes na Rua Marechal Floriano. Eles veiculavam informações e músicas. Elemar Gruendling (o Maçarico), que era um dos locutores, leu a notícia e as pessoas que estavam no Centro vibraram. Em seguida, Luiz Alberto Backes tocou o Hino Nacional com seu violino.

A rendição era aguardada. Vários acontecimentos e declarações de membros das nações aliadas prenunciavam o fim do conflito. Já no dia 29 de abril, um domingo, a Gazeta circulou em edição especial, relatando esses fatos e ostentando, em letras garrafais, a palavra “Vitória”. A população então saiu às ruas em busca de mais detalhes. A Praça Getúlio Vargas era o local de encontro. 

O ponto alto das manifestações foi no dia 8, com eventos organizados pela Prefeitura, 7º Regimento de Infantaria, Tiro de Guerra, Liga de Defesa Nacional, igrejas e empresas. Foguetes estouravam em todos os cantos e as igrejas tocavam seus sinos. No dia 11, no Clube União, ocorreu o Baile da Vitória.

Nos dias subsequentes, foram necessárias várias edições da Gazeta para atender as indústrias, lojas e autoridades que publicavam anúncios manifestando seu júbilo com o fim do conflito. A escritora Moina Fairon Rech, no livro Uma janela para o passado, relembra os principais acontecimentos na cidade.

A guerra só acabou definitivamente em 2 de setembro, com a rendição dos japoneses na região do Oceano Pacífico. Mas no Brasil e Europa, o Dia da Vitória será comemorado na próxima quinta-feira, 8.

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