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JOSÉ BOROWSKY

Memória: Santa Cruz teve falta de carne de gado nos anos 50

Cooperativa de Rio Pardo deixou a cidade sem carne ao ter pedido de aumento negado pelo Comap

A falta de carne de gado gerou polêmica em Santa Cruz no segundo semestre de 1954. A crise foi provocada pelos fazendeiros e pela Cooperativa Pastoril de Rio Pardo que pressionavam por aumento no preço. Na década de 40, a Prefeitura passou o Matadouro Municipal, que ficava nos altos da Rua da Pedreira, para a administração da entidade. Em troca de melhorias no local, ela recebeu a concessão do abastecimento dos açougues da cidade.

Em junho de 54, a cooperativa solicitou ao governo municipal que o preço médio da carne subisse para Cr$ 13,00 o quilo. Isso elevaria os cortes de primeira para 16 Cruzeiros e os de segunda para 11, com reflexos diretos aos consumidores. A Comissão Municipal de Abastecimento e Preços (Comap), que assessorava o Executivo, não autorizou o aumento.

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Diante da recusa, a entidade suspendeu o abastecimento. O que mais indignava a população era que o abate do gado ocorria aqui e a cidade não tinha carne. Os restaurantes, para atender os clientes, buscavam o produto em Rio Pardo. Em 5 de agosto, a Gazeta fez reportagem sobre a revolta da comunidade.

Em seguida, a cooperativa informou que o Instituto Sul Rio-grandense de Carne daria um subsídio de 0,50 centavos para atender ao pleito dos fazendeiros e anunciou que todos os cortes, de primeira e segunda, teriam um preço único de 12 Cruzeiros em Santa Cruz. A medida não resolveu, pois a carne de segunda tornou-se inacessível aos trabalhadores e os açougues não sabiam mais o que fazer com ela. 

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Duas semanas depois, veio outra tentativa desastrosa: a carne de segunda voltou a 10 Cruzeiros e da primeira saltou para 16. Resultado: nos dias de entrega do produto, às 6 horas já havia fila na frente dos açougues, pois todos queriam assegurar os cortes de menor preço.

Diante das críticas e manifestações dos sindicatos, os membros do Comap renunciaram e o Executivo passou a responsabilidade pela definição ao  conselho estadual. O órgão então estabeleceu em 8 Cruzeiros a carne de pescoço, 16 os demais cortes com osso e 20 Cruzeiros a carne sem osso.

Em dezembro, para evitar desabastecimento nas festas de fim de ano, as partes chegaram a um acordo. O preço médio dos cortes de segunda foi para 15 Cruzeiros e o de primeira para 18. Oito açougues ficaram com prioridade para a venda de carne de primeira e cinco (nos bairros) para a de segunda.

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Pesquisa: Arquivo da Gazeta

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