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PELO MUNDO

Milwaukee, Estados Unidos: Herança germânica de maltes e espiritualidade

Localizada na confluência de três rios, na costa do portentoso Lago Michigan, Milwaukee é a maior cidade do estado americano de Wisconsin, com cerca de 600 mil habitantes. Ocupada por tribos indígenas por séculos, a região recebeu forte influência de imigrantes alemães a partir do século 19 e é considerada a cidade mais germânica dos Estados Unidos.

Com os alemães, vieram também as cervejas. A cidade teve por décadas a maior capacidade cervejeira do mundo, com as empresas Schlitz, Pabst, Blatz e, a única ainda existente, Miller Brewing Company. Após conhecer a história e circular pela fábrica da Miller, visitantes encerram alegremente a visita, degustando o resultado de diferentes aromas, ervas e fermentações alcoólicas. Entre outras atrações da região, destacam-se os prédios históricos do centro da cidade, a matriz e o museu do fabricante de motocicletas Harley Davidson, além do impressionante Museu de Arte de Milwaukee, um arrojado projeto do arquiteto espanhol Santiago Calatrava às margens do Lago Michigan.

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Nos anos em que morei em Chicago, Milwaukee foi destino frequente em passeios de fim de semana, pelos pontos de interesse aqui descritos e, principalmente, por uma motivação religiosa. De 1952 a 1965, a cidade acolheu o fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, Pe. Josef Kentenich, durante o exílio a que foi submetido pela Santa Sé. Em Milwaukee, ouvi várias histórias e reflexões sobre esse período. Em outra feliz coincidência ou, quem sabe, ironia do destino, o nome Milwaukee, com origem na língua ameríndia algonquina, significa “belo lugar”, que é a mesma tradução do alemão para Schoenstatt, local na Alemanha onde nasceu o movimento mariano.

Há dois Santuários em Milwaukee, um deles construído quando Kentenich ainda morava na cidade, junto à sua antiga residência. O outro fica em Waukesha, na mesma região metropolitana, em um bucólico complexo chamado Centro Internacional de Schoenstatt. Na cidade vizinha de Madison, há mais um Santuário, do qual lembrei ao ler sobre a mudança de endereço do Santuário de Santa Cruz.
Com formação palotina, Pe. Kentenich participava de retiros e congressos no Seminário Rainha dos Apóstolos, em Madison. A filosofia e a espiritualidade de Schoenstatt, aliadas ao carisma e à amplitude intelectual do fundador, motivaram padres e seminaristas a construir, com suas próprias mãos, a primeira réplica da capela original nos Estados Unidos. Conhecido como Santuário do Fundador, foi concluído e dedicado em 1953, sobre o terreno dos palotinos.

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Em 1979, a diocese decidiu vender o Seminário, restando a questão do que fazer com o Santuário. Seguiram-se intensos debates, pautados pela compreensão dos vários pontos de vista e pela oração. Finalmente, foi deliberada a transferência da capela para um terreno próximo, que havia sido adquirido pelas Irmãs de Schoenstatt para sua Casa de Formação. Em outubro do mesmo ano, o Santuário foi colocado literalmente sobre rodas e transportado de um local até o outro.

Menos de uma década depois, Madison se tornou a sede estadunidense da Campanha do Rosário de Schoenstatt, apostolado fundado por um gaúcho de Vale Vêneto, o diácono João Pozzobon (1904-1985). Na infância, tive o privilégio de conhecer o sr. João e gravei mentalmente aquele homem, já com certa idade, carregando uma imagem de 11 kg nas costas em caminhadas diárias, como fez por 140 mil quilômetros em 40 anos de evangelização. Abençoadas no Santuário de Madison, as Mães Peregrinas partem para levar a Mãe Três Vezes Admirável aos 50 estados americanos.

O Santuário de Schoenstatt é símbolo e fonte de sólida espiritualidade, oferecendo as graças: 1) de um lar; 2) da transformação interior; e 3) do zelo apostólico. A união do movimento em torno de ideais comuns ajuda a virar páginas, na direção de Maria, a quem Deus nada nega. Ouvi de alguém que conviveu com o fundador em Milwaukee: “No Santuário, sentimos a presença do Pe. Kentenich. Onde ele aparecia, a tensão evaporava e todos se uniam”. Como dizia o fundador, precisamos dar ouvidos a Deus com a mão no pulso da atualidade. Em Santa Cruz, levemos também ao novo endereço o esforço e sacrifício empreendidos naquele Santuário inaugurado em 1977. Que o novo local seja uma mera continuação, onde seguiremos sendo cor unum in corde patris – um só coração no coração do Pai.

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