Após o crescimento da construção civil nos últimos anos, atualmente o setor vive uma queda, reflexo da retração econômica no Brasil. Em Santa Cruz do Sul, as construtoras desaceleraram as obras e o momento é considerado de “ajuste de contas”, conforme explicou o coordenador do escritório do Vale do Rio Pardo do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Carlos Augusto Gehardt. 

“O setor cresceu demais e o mercado não estava preparado para essa loucura de financiamentos. Se gastou mais do que poderia e agora vamos ter que fazer os ajustes necessários. O dinheiro sumiu e nós estamos sem saber o que vai acontecer. Agora é o ajuste de contas. Estamos aguardando o que o governo vai fazer para manter o setor aquecido. As construtoras estão na expectativa. Devem lançar ou não os imóveis? Se sim, com que valor?”, acrescentou. “Cautela é a palavra esse ano”, alertou.  

De acordo com Gehardt, duplicou o número de construções em Santa Cruz desde 2007 e hoje o segmento vive um período de adequação. “Agora o mercado precisa se acomodar e isso deve demorar de dois a três anos. O mercado vai absorver mais devagar. É uma época de acomodação e ajuste em todos segmentos e setores”, afirmou o coordenador. “Há sete, oito anos atrás estavam faltando lojas. E quando tem uma brecha, um nicho, todo mundo se joga. Se todo mundo construir lojas, por exemplo, é visto que vai ser demais. Cai o valor, por conta do excesso de ofertas. Falta sentar e conversar”, argumentou. 

Apesar do atual momento, Gehardt afirma que investir em imóveis ainda é um bom negócio, especialmente a longo prazo. “A construção é uma moeda forte. O imóvel sempre foi o melhor investimento a longo prazo. Pode ter períodos de desvalorização, mas sempre é aconselhado”, argumentou.