Rio Pardo sediará a partir de quinta-feira, 4, às 19 horas, uma exposição fotográfica que exalta o legado do poeta Mario Quintana, um dos maiores escritores da literatura brasileira. Quintana, Poesia em Movimento explora a vida cotidiana por meio de fotografias íntimas feitas pela premiada fotógrafa Dulce Helfer. A mostra poderá ser conferida até o dia 28 de outubro no Centro Regional de Cultura Rio Pardo. 

Confidente e amiga próxima do escritor, a santa-cruzense selecionou 30 fotos, representando as três décadas de saudades do poeta, que faleceu em 5 de maio de 1994, aos 87 anos. As imagens da vida íntima de Quintana retratam a simplicidade e profundidade do “poeta das coisas simples”. 

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Poemas foram selecionados para ficarem junto às fotos. A impressão foi em material reciclável, com um método que privilegia a preservação ambiental. “Escolhi os poemas de que gosto muito e procurei uma foto que fechasse, aquela mais engraçada, ele rindo, aquelas jogadas de humor dele também, coisas mais leves com fotos mais leves. E nas mais introspectivas, incluí textos mais fortes, porque ele também tinha um lado meio sombrio, no qual falava da morte e solidão”, detalhou Dulce.

A exposição também terá a participação do próprio Mario Quintana. Por meio de inteligência artificial, ele vai declamar dois dos seus poemas mais icônicos. O processo foi possível por meio da extração de um vinil no qual o escritor declama seus trabalhos. 

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Além da mostra, Dulce realizará uma oficina de fotografia para redes sociais. O objetivo é qualificar os jovens para que encontrem no ofício fonte de renda, além de capacitar novos profissionais para a economia criativa. O aprendizado será colocado em prática com um passeio pelo centro para que as crianças e adolescentes façam fotografias, as quais serão exibidas em uma exposição.

Haverá ainda o Concurso de Poesia Mario Quintana. As obras serão avaliadas por um grupo de jurados que inclui escritores, professores e jornalistas. Dez selecionadas receberão um certificado, e os três primeiros ganharão uma premiação especial. As inscrições serão abertas na quinta-feira, voltadas para alunos das escolas das redes públicas municipal e estadual.

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Gaúcho transformou as coisas da vida em poemas

Nascido em 30 de julho de 1906 em Alegrete, a 370 quilômetros de Santa Cruz do Sul, Mario Quintana mudou-se para Porto Alegre na década de 1920. Antes de consagrar-se escritor, atuou como desempacotador de livros na Livraria do Globo e depois como redator no jornal O Estado do Rio Grande. Trabalhou também como tradutor de diversas obras literárias.

Seu primeiro livro, A Rua dos Cataventos, foi publicado em 1940. Tinha 34 anos na época. A partir disso, publicou cerca de 26 obras nas quais usava do humor, simplicidade, profundidade e lirismo para falar da vida e do cotidiano. Entre os trabalhos estão Caderno H, Apontamentos de história sobrenatural e A vaca e o hipogrifo.

Antes de partir, Quintana testemunhou a inauguração da Casa de Cultura em Porto Alegre que leva o seu nome.

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Para saber

A santa-cruzense Dulce Helfer tem uma carreira marcada por dezenas de exposições e prêmios, incluindo cinco internacionais. É reconhecida como a melhor fotógrafa do Rio Grande do Sul. Além de ter atuado na Zero Hora por quase três décadas, trabalhou na Secretaria Estadual de Cultura e no jornal cultural O Continente, ao lado de Tabajara Ruas e Carlos Urbim.

Dulce eternizou diversos artistas em suas fotografias. Assim como Quintana, registrou o cotidiano de Lya Luft e Luis Fernando Verissimo. Também fotografou com exclusividade nomes como Roberto Carlos e Fernanda Montenegro e músicos como Avril Lavigne e B.B. King.

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