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“Não podemos dar o palco que essas pessoas adoecidas procuram”, diz professor sobre ataques em escolas

Foto: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

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No último dia 5, quatro crianças foram mortas em um ataque a uma creche em Blumenau, em Santa Catarina. Um homem de 25 anos invadiu o local e matou os alunos. Ele pulou o muro para entrar na escolinha e usou uma machadinha para cometer o crime. O caso teve grande repercussão e causou comoção nacional.

Após o ocorrido, outros episódios de ataques a escolas foram registrados em outros Estados. Um deles em Goiás e outro mais recente no Rio Grande do Sul, registrado nesta quarta-feira, 12. Um adolescente de 14 anos foi apreendido por policiais civis e militares por suspeita de envolvimento no planejamento de um possível ataque a uma escola em Maquiné, no Litoral Norte do Estado.

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Marcos Rolim, professor e pesquisador na área da segurança pública | Foto: Arquivo/Gazeta do Sul

Em entrevista à Rádio Gazeta 107,9 FM, o professor universitário Marcos Rolim que é doutor em Sociologia, pesquisador na área da segurança pública e autor de vários livros, entre eles “A Formação de Jovens Violentos, estudo sobre a etiologia da violência extrema”, ressaltou que é necessário identificar a natureza do fenômeno de maneira mais clara.

Segundo ele, há um amplo conjunto de pesquisas e estudos no mundo inteiro, inclusive no Brasil, que acompanham esse tipo de situação, ou seja, uma literatura especializada. “As pessoas recebem essas notícias e isso produz um conjunto de reações, entre elas o medo, que pode evoluir para uma situação de pânico disseminado socialmente. Além das tragédias reais, estamos convivendo com fake news que promovem a sensação de insegurança”.

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Marcos Rolim alerta para o fato de que, no Brasil, há um perfil mais ou menos definido a respeito dos agressores envolvidos nos atos e ataques. Invariavelmente, são jovens, homens e radicalizados online a partir da presença em grupos fechados onde convidem com outros jovens igualmente radicalizados. “Eles têm um grande ressentimento diante do mundo. As redes sociais permitiram que esses grupos de ódio se retroalimentassem. Temos muitos grupos que se organizam pelas interações online, com paixão pelas armas e pelo discurso armamentista e glamourização da violência”.

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Os agressores acabam desenvolvendo um ódio às mulheres e às escolas. Quando invadem as escolas ou praticam atentados, as vítimas, preferencialmente, são mulheres. “Isso tem sido bastante comum. Eles também são adeptos de símbolos nazistas. Outro ponto é a busca pela notoriedade, eles imaginam que ficarão famosos e que tal ação vai lhes garantir reconhecimento”, explicou.

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Sobre isso, o pesquisador e professor destacou que há um efeito chamado imitação, contágio. Logo, a orientação é não divulgar o nome do agressor ou agressores envolvidos e nem fotos e vídeos. “Os pesquisadores têm alertado a imprensa brasileira há muito tempo e grande parte dos profissionais está colaborando. Não podemos dar o placo que essas pessoas adoecidas estão procurando”. De acordo com ele, a divulgação de uma tragédia acaba finalizando para outras pessoas com essa mesma distorção de personalidade uma espécie de estímulo para a repetição do mesmo ato.

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Formas de combate

Marcos Rolim acredita que há duas medidas que podem ajudar. A primeira delas é melhorar as condições de controle de acesso às escolas e creches. Já a segunda trata do monitoramento dos grupos de ódio, o que, segundo ele, é um grande desafio da segurança pública.

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Ele também identifica que há uma situação muito particular nos últimos anos no país que envolve a reprodução e ampliação de discursos de ódio. “Esse discurso está impregnado nas redes sociais e até na mídia. Esse clima de ódio tomou conta do Brasil”. Para o combate ao problema ele sugere a necessidade de se retomar o espírito democrático fundamental, além da valorização do conhecimento. “Muitas pessoas têm mergulhado em fake news”. Outro ponto em destaque é a implantação de um monitoramento acerca do que os jovens fazem nos ambientes online.

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