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FORA DE PAUTA

Não vale a pena ler

Me comprometi a fazer este texto na última quarta-feira, porque tinha uma ótima ideia. Não anotei. Na quinta, quando decidi começar a escrever, a inspiração já havia sumido. Este texto, portanto, é sobre nada. Ou tudo. No título já tentei adverti-lo, caro leitor. Não continue pelas linhas seguintes se a expectativa estiver muito alta.

Os últimos meses têm sido assim, para falar a verdade, um pouco confusos. A virada de ano foi mera formalidade, porque a sensação que tenho é de que eu continuo em um 2023 infinito. Espero que as férias (que começam informalmente hoje e oficialmente na quarta-feira de cinzas) façam esse ciclo se fechar e 2024 começar, de fato.

Estou cansada. Quem conversou comigo recentemente já ouviu eu repetir essa frase, com certeza. Talvez seja por isso que eu nem me lembre sobre o que eu queria escrever. Mas eu prometi 3 mil caracteres, pelo menos. Ainda não passei dos mil e nem consegui decidir sobre o que vai ser este texto. Falta de foco? Talvez. Também há muito disso nos meus dias ultimamente.

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É muita coisa para fazer em pouco tempo. Sou pequena demais para tudo isso.

Aliás, essa frase me fez lembrar do desespero que senti quando percebi que eu dependia de mim mesma. Foi quando eu fui morar com uma amiga, por volta dos 23 anos, se não me engano, e precisei comprar papel higiênico pela primeira vez. Imaginem em que momento eu me dei conta disso… Antes, quando morava com meus pais, tal item nunca acabava. “E agora?”, pensei naquela hora delicada. Mas me virei e deu tudo certo, fiquem tranquilos.

E assim é em diversas situações da vida. Crescer (no sentido figurado), evoluir, demanda desafios inéditos, coisas que nunca experienciamos e somos obrigados a pensar em uma saída. Além do “e agora?”, frases como “como eu vim parar aqui?”, “o que eu faço?”, “socorro, Deus” são cada vez mais comuns. Não é fácil pra ninguém, mas anote duas dicas: abrace o desespero e entenda que ter que recomeçar não é sinônimo de fracasso.

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Acho que quase nunca as coisas saem exatamente como esperamos. A frustração é a primeira a bater na porta. “Vai ficar tudo bem”, eles dizem. E eu sei disso, mas tenho o direito de sofrer. No final, sempre dá certo. A gente só demora um pouco para entender o que é o “certo”. É necessário algum esforço para tanto.

Aí você percebe que não é o final. Na verdade, o mundo é muito maior do que a bolha em que vivemos. Temos muito mais a viver e conquistar e explorar e descobrir e fracassar e aprender. Por muito tempo vivi pensando no que viria depois. Até hoje tenho um pouco de dificuldade em celebrar “onde já cheguei”. É perfeito? Definitivamente não. Mas fez quem eu sou e representa uma caminhada, uma construção incrível.

Deixando a hipocrisia de lado, confesso que não faria tudo igual. Mais que isso, a tranquilidade do aqui e agora não vai me fazer desistir da busca pelos lugares aonde ainda não cheguei, das minhas versões que ainda não conheci. Há muito por vir.

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Foi isso que saiu em algumas poucas horas dedicadas a este texto, em meio à correria do dia a dia. Eu te falei, leitor, lá no título, que não valia a pena ler. Mas valeu a pena escrever.

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