A noite dessa quarta-feira, 1º, foi dedicada a homenagear a rainha e mãe das águas, Iemanjá. Procissões e festas foram registradas em Santa Cruz do Sul e Rio Pardo. A mais tradicional ocorreu em Rio Pardo, que neste ano recebeu a 35ª Procissão de Iemanjá.
A celebração teve início às 20h30, com saída da Casa da Mãe Nara de Iemanjá, no Bairro Ramiz Galvão. O percurso foi realizado de carro e seguiu até o centro do município. Após, os fiéis se dirigiram à Praia dos Ingazeiros, onde foram realizados ritos religiosos e entrega de oferendas.
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A ialorixá Nara de Yemanjá destacou a importância da data. “É maravilhosa, ela está linda e o povo todo está aplaudindo. Ela é tudo de bom na nossa vida, na minha vida, na vida de todos que acreditam nela. O povo precisa dela, para saúde, para conseguir emprego. Ela ajuda, é só vir de coração limpo que ela ajuda”, disse. Nara estima que mais de mil pessoas participaram da festividade.

Também presente na celebração, Ana Paula de Bará Agelu, de 49 anos, é nascida e criada dentro da religião de Umbanda. Ela, que é mãe-de-santo, frisou que sempre participou da festa. “A importância de saber que essa mãe, muitas vezes, traz um pensamento bem bom para aqueles que não têm o pensamento certo. Muitas vezes, quando você não tem uma força, ela te devolve essa força.”
Ana Paula acrescentou que tem casa aberta, por isso, não leva oferendas durante a celebração. “Como sou mãe-de-santo, a gente prepara as coisas e coloca ali para abençoar.” A religiosa também ressaltou que a festividade atrai pessoas de diversas crenças, sendo um evento plural e livre de qualquer preconceito.
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Santa Cruz do Sul também celebrou
Já em Santa Cruz, por volta das 19h30, uma procissão finalizou as comemorações do dia de Iemanjá. A organização foi do Centro Cultural de Umbanda Ogum das Matas e Yemanjá, que realizou a segunda edição da procissão e festa em homenagem. A programação teve início às 10 horas, com distribuição de passes na Praça Getúlio Vargas. Depois, os fiéis se concentraram perto da BR-471 e seguiram pela Rua Irmão Emílio até o Centro Cultural.

O babalorixá Pai Antônio Jardel de Souza enfatizou que neste dia 2 de fevereiro completam-se exatos 100 anos do início da Festa de Iemanjá no Brasil, com os pescadores e os negros que ainda estavam saindo do período escravocrata. “É uma festa cultural e tradicional do Brasil. E Iemanjá não é um orixá só do mar, é um orixá de todos. É considerada mãe que zela pela nossa consciência, nossos pensamentos. Ela está onde tem fé. Santa Cruz não tem mar, mas tem pessoas com fé”, observou.
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