Qualquer pessoa que conhece um pouco o Vale do Rio Pardo sabe do potencial turístico da região. Aqui temos belezas naturais, como as belas paisagens da área serrana, cascatas, rios, morros, trilhas, parreirais e tantas outras opções. Há um vasto patrimônio histórico, com uma das quatro cidades mais antigas do Estado, mas também em outros municípios. Várias opções para um roteiro religioso, com templos de grande expressão e rara beleza, e outros lugares consagrados. Aspectos culturais fruto das diversas etnias que colonizaram esta parte do Rio Grande do Sul, desde os índios, açorianos, portugueses, negros, alemães e italianos. E ainda existem os museus, que guardam parte da nossa história. Então, apesar disso tudo, por que ainda não somos uma referência de roteiros nos catálogos das agências de turismo?
Os eventos, como a Oktoberfest, Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart), provas no autódromo e demais festas, seguem sendo os maiores chamarizes de turistas todos os anos. Iniciativas como o monumento do Cristo Acolhedor, em Sobradinho, o Parque do Imigrante e o recém-anunciado Vale Cervejeiro são esperanças para abrir mais o leque de atrativos. Nossos roteiros ainda engatinham e estão longe de serem referências como de outros municípios. Lembro que quando houve a construção da RSC-153 se via a obra como uma alavanca para impulsionar a exploração turística nas cidades da área serrana do Vale do Rio Pardo. Mas 15 anos se passaram e as iniciativas nesse sentido até agora foram tímidas, sem falar que a rodovia é um risco diante da falta de manutenção por parte do Estado.
Se temos atrativos, por que ainda não somos um polo turístico mais expressivo? Para começar, é preciso a valorização do setor pelos gestores públicos, comércio, serviços e por parte da população. Alguns aspectos carecem de maior atenção, como a infraestrutura para receber os visitantes, sinalização nas rodovias e nas cidades, boas estradas de acesso, qualificação dos serviços e a participação da comunidade. E, muito importante, é necessário ser eficaz na divulgação dos nossos atrativos, seja aqui como em outras regiões e até estados. Enfim, a colaboração entre a iniciativa privada, o setor público e a sociedade local é fundamental para criar uma oferta turística.
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Impossível ver turistas satisfeitos ao chegarem a uma cidade com diversas opções de visitação e encontrar os espaços fechados nos fins de semana e feriados. Além deles não voltarem mais, faz com que a divulgação seja negativa. Da mesma forma, nestes dias, em qualquer município com pretensão de ser turístico, é necessário ter à disposição um mínimo de serviços, o que inclui restaurantes, lancherias, pontos de comercialização de artesanato e outras lembranças, produtos típicos, como cucas, sonhos, bebidas e outros. Temos a Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) e outras entidades organizadas que há anos trabalham para desenvolver o setor. Mas ainda falta a comunidade, comércio, serviços e o setor público abraçarem melhor a causa para encurtar o caminho para a região se tornar realmente uma referência turística não só no Estado, mas no País.
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