Jamais a humanidade viveu uma época de tamanha evolução dos meios de comunicação. Proliferam instrumentos, ferramentas, plataformas e todo tipo de parafernália criada pela mente humana para fomentar o entendimento entre as pessoas. Paradoxalmente, nunca se viu tanta falta de compreensão, empatia e isolamento. Sobram depressão, raiva e desconsideração com o próximo.
Um dos fenômenos mais evidentes nesse descompasso entre máquinas e seres humanos talvez seja a incapacidade de ouvir. Em todos os ambientes nota-se que a impaciência é onipresente. Nas redes sociais, a mais prosaica postagem – de uma criança sorrindo, por exemplo – vira estopim para a troca de insultos.
Crimes hediondos povoam as manchetes diárias das mais diversas formas de mídia. Atentados graves, quase sempre com mortes, atingem famílias inteiras. As ocorrências quase sempre nascem de desentendimentos banais, por vezes turbinados pelo uso de drogas e álcool, transformando-se em uma epidemia social.
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Os golpes virtuais atingem proporções inéditas, através de subterfúgios diversos presentes no cotidiano de todas as classes sociais. O mais recente – e rumoroso – envolve descontos dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A falcatrua descoberta envolve bilhões de reais, há décadas. Apesar do impacto, de forma inédita a Polícia Federal – que desvendou o escândalo – não prendeu ninguém, pelo menos até o fechamento desta crônica. O fato chama a atenção, já que potenciais suspeitos dispõem de tempo suficiente para destruir provas e instruir futuras testemunhas num sistema de autoproteção.
O uso massivo das redes sociais facilita a aplicação de golpes, especialmente entre os idosos. Pouco afeitos ao uso dos recursos tecnológicos, costumam “clicar” sobre links que levam à captura de dados, informações e detalhes da vida financeira e pessoal.
A mais recente novidade envolve a inteligência artificial, também conhecida como IA. A possibilidade de clonar rostos, vozes e trejeitos com rara precisão impressiona os mortais comuns. Mães e pais recebem mensagens pelo WhatsApp e juram que são vídeos enviados pelos filhos.
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Há, também, desavisados crédulos que acreditam em áudios, cuja voz imita a voz de pessoas próximas ou de amigos. “Já não sei em que acreditar, podia jurar que era a voz do meu filho!”, desabafou um amigo no alto de seus 65 anos. Ele foi mais uma vítima do golpe do Pix, arcando com um prejuízo de R$ 3 mil.
Pelo visto, de nada adiantam os avanços tecnológicos para facilitar a vida de todos nós. O fator humano – sempre ele! – é incapaz de ignorar possíveis usos inescrupulosos. “Usar para o mal” parece uma sina da humanidade. A tentação para ludibriar e conseguir dinheiro fácil é onipresente.
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