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ROSE ROMERO

O lixo que nos cabe

Meu irmão ficou um mês nos Estados Unidos, a trabalho. Foi conhecer o policiamento ostensivo em Nova York e Chicago. Rolava os anos 80 e a América, talvez naquela época em sua fase mais poderosa, era um espetáculo para quem chegava da província gaúcha. Ele e os colegas ficaram impressionados. Menos Edgar. Edgar passou a viagem inteira vendo os defeitos do país de Ronald Reagan. Sobretudo o lixo.

Onde a turma via letreiros luminosos e arranha-céus arrebatadores, Edgar via lixo. Ninguém mais percebia isso, com tanto a registrar em um lugar tão rico. Um lugar de primeiro mundo, como se dizia. Só o mal- humorado do Edgar.

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Você talvez pense: “Que pé no saco este Edgar. Um legítimo estraga-prazeres”. É verdade. Os excessivamente críticos são as piores companhias de viagem. Quem já passou por isso sabe. Mas, ainda que eu me considere uma implicante bem controlada, admito que tenho um tanto de Edgar. Eu também enxergo lixo onde muitos passam batido. Sem concessões. Há muita sujeira a céu aberto mundo afora. Não volto de um passeio achando que andei no paraíso. E que aqui, neste canto do hemisfério sul, tudo é ruim. Gente assim também é muito chata.

Onde tem humanos, tem lixo. Saia da área turística de qualquer capital europeia que ele vai estar lá. Com cheiro ruim e mosquinhas. É um problema mundial. Mal consigo imaginar como deve ser administrar essa questão em grandes cidades. Recentemente acompanhamos a polêmica sobre o recolhimento em Porto Alegre.

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E em locais menores? Em locais bem menores, como Santa Cruz do Sul com seus 130 mil habitantes? É picuinha minha ou vocês também acham que aqueles saquinhos plásticos, garrafas pet, papéis e embalagens esquecidos pelas ruas não deveriam estar ali? Por que ninguém recolhe? O argumento para deixar por isso mesmo, já conhecemos: “Não fui eu que sujei, logo, não limpo”. Raciocínio idêntico ocorre diante dos detritos que vemos no entorno dos contêineres. E assim, a imundície se acumula.

Não vejo solução imediata. A longo prazo, acredito que as pessoas serão mais conscienciosas com o espaço coletivo. Novas gerações, outras cabeças. Por enquanto, convivemos com o descaso. E com a cômoda ideia de que isso é assunto para o poder público. Até pode ser. Mas acho que não existe governo que dê conta de um povo que joga latinha de cerveja pela janela do carro. E saco vazio de salgadinho, e caixa de papelão e até fralda usada… Ou passamos a limpar ao menos na frente das nossas casas, ou vai piorar.

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