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FALANDO EM DINHEIRO

O que fazer diante do aumento generalizado de preços

Em 12 de março do ano passado, quando os aumentos dos preços, principalmente de itens de alimentação, começavam a chamar a atenção e a preocupar o consumidor brasileiro, o ministro da Economia, Paulo Gudes, disse que “entro no supermercado e as pessoas me agradecem”. O ministro só não informou a localização desse supermercado. Talvez, fosse num “paraíso fiscal”, onde ele teria empresas ou aplicações em offshores (termo inglês para designar empresas e contas bancárias abertas em territórios onde há menor tributação).

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após a divulgação  da prévia de abril da maior alta de preços para qualquer mês, desde fevereiro de 2003 – 1,73% -, puxada principalmente por combustíveis e alimentos, disse, em 11 de abril deste ano, que “a gente teve uma pequena surpresa nesse último número, uma surpresa que curiosamente se deu em vários países. Vamos analisar e ver os fatores que estão gerando essas surpresas inflacionárias e vamos comunicar no momento que for mais apropriado”.

Parece que, tanto o ministro da Economia quanto o presidente do Banco Central, não fazem compras em supermercado, não abastecem os carros em postos de combustível, nem compram botijão de gás. Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que apenas 5% dos brasileiros, nos quais certamente se incluem as citadas autoridades, não sentiram aumento de preços dos últimos seis meses, enquanto a grande maioria – 95% – estão percebendo no bolso os efeitos devastadores da alta de preços.

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Nos dois anos passados, a culpa foi a Covid-19. Neste, a alta dos preços tem forte relação com a guerra na Ucrânia, que fez disparar o preço dos combustíveis e que se multiplica em toda a cadeia produtiva, principalmente por afetar o custo dos transportes, que onera alimentos e outros produtos. Para piorar a situação, a nova onda de coronavírus na China, onde a decretação de lockdowns em importantes cidades reduziu a fabricação e embarque de produtos, deve impactar a economia do mundo, inclusive a brasileira, e gerar mais inflação, por conta da nova quebra de fornecimento de itens para a indústria e o comércio. Aliás, pela primeira vez, a alta de preços ficou no topo das aflições da população mundial, conforme revela pesquisa feita pela Ipsos.

Com a inflação se espalhando pelo mundo, bancos centrais de muitos países estão aplicando o “remédio amargo” tradicional de aumentar os juros que, na prática, significa crédito mais caro. O objetivo é evitar que as pessoas comprem e, assim, baixar a inflação. No Brasil, não é diferente. Mas, enquanto, de um lado, o Banco Central tenta esfriar a economia para domar a alta dos preços, de outro, o governo do presidente Jair Bolsonaro, interessado em sua reeleição, age em sintonia com o Congresso para estimular a demanda, antecipando o pagamento do 13º salário para aposentados e pensionistas ou concedendo auxílios, como o saque extraordinário de R$ 1 mil do FGTS, com o que o efeito do remédio monetário no aumento dos preços – a alta dos juros – vai demorar para aparecer. Como costuma acontecer, alta de preços desorganiza a economia e empobrece a maior parte da população, mas aumenta a arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais.

Pesquisa realizada pela Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada, aponta que o dinheiro é a principal fonte de preocupação dos brasileiros. As finanças estão deixando as pessoas mais preocupadas do que questões como família, saúde e trabalho. É que, com a inflação acelerada, brasileiros perdem conquistas que vieram com o Plano Real, principalmente os mais pobres. Carne, iogurte, queijo, bolacha recheada, bebidas alcoólicas, itens que tinham ficado acessíveis nas últimas décadas, agora estão deixando a lista de compras de parte da população – o que é o exemplo mais visível de uma situação de perda de renda, desemprego elevado e custos mais altos.

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Em 2022, além de grandes emoções pelas campanhas e resultado das eleições, não teremos grandes novidades. O cenário econômico permanece igual ao que vivenciamos nos últimos meses, com baixo crescimento, inflação nas alturas e juros na casa dos dois dígitos. Mas qual é o grande problema? A gasolina cara? Itens de alimentação com preços cada vez mais caros? O maior problema é se alarmarcom isso, sentir-se impotente toda vez que o telejornal mostra as pessoas descarregando o desânimo ou até a raiva quando entrevistadas em supermercados ou feiras. As pessoas precisam aprender a colocar energia em procurar alternativas e não em situações que não podem controlar. Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), recomenda algumas medidas urgentes a serem tomadas para o ajuste das finanças pessoais e familiares:

  1. Energia, água e gás: gastos que podem ser economizados com o cuidado ao usá-los;
  2. Conta de celular, streaming e cabo: comparar os valores das tarifas das operadoras e verificar se os serviços são realmente utilizados;
  3. Supermercado: preparar lista de compras com os itens necessários e optar por marcas mais baratas; cuidar com as promoções, principalmente as que sugerem levar maior quantidade para aproveitar o preço, o que pode gerar desperdício;
  4. Reutilizar: roupas e outros itens “esquecidos” dentro de casa;
  5. Gastos com lazer: dar preferência a opções mais baratas, que também podem  ser divertidas;
  6. Carro: no dia a dia, pode ser mais econômico deixar o carro na garagem e optar pelo ônibus, usar aplicativos ou compartilhar e dividir as despesas;
  7. Pequenos gastos: são os grandes vilões porque passam despercebidos no dia a dia e, ao fim do mês, a soma deles pode atingir um valor expressivo.

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