Não bastassem os indicadores negativos, a exemplo de educação, saúde, segurança e desenvolvimento socioeconômico, especialmente, o que tem elevado as preocupações gerais é o precário debate público e a desqualificada representação e atuação dos três poderes de Estado.
O caso mais grave é o do Poder Judiciário, cuja relevância e isenção são essenciais. Se muitas instâncias mantêm um desempenho aceitável, o mesmo não se pode dizer do Supremo Tribunal Federal (STF), em crescente processo de desvirtuamento e descrédito, consequências de inúmeras inconstitucionalidades e ilegalidades.
O Poder Legislativo alcançou um elevado nível de degradação representativa e de descomprometimento, agravado com a abusiva e milionária disponibilização financeira dos fundos Partidário e Eleitoral, e geometricamente “abonado” com o descontrolado festival de emendas parlamentares, hoje meio/modo de chantagem ao Poder Executivo.
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Mas dada a relevância e a responsabilidade do Poder Executivo, cuja histórica personificação lhe atribui status diferenciado e popular, a preocupação adquire uma dimensão extraordinária face à primariedade cognitiva e a estupidez em curso. Especialmente, refiro-me ao ex-presidente Bolsonaro e ao presidente Lula.
Bolsonaro não entendeu que não é ele o fenômeno político em curso. É o antipetismo! Para piorar, ele e seus filhos ampliam estupidamente a própria degradação, ao misturar demandas pessoais e partidárias com a política tarifária alheia (no caso Estados Unidos). Alô, alô, Bolsonaro, países não têm amigos, têm interesses!
Mas a degradação também se agrava quando Lula fala. Arrogante e perturbado com sua frágil gestão, recorre a um festival de narrativas (de foco eleitoral) e irresponsabilidades diplomáticas, no ânimo de obter alguma relevância internacional.
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Um dia quer acabar com a fome mundial, noutro acabar com algumas guerras, noutro dia apoia ditadores e corruptos, noutro ofende presidentes de outras nações (Trump, por exemplo). E agora, incoerente e desmemoriado, cita a soberania nacional. Mas Lula não surpreende, afinal, é a sua democracia relativa!
Assim como Bolsonaro, Lula também acredita em algo que ele não é. Que tenha relevância internacional. O destaque, a relevância e a razão de atenção mundial é o Brasil, uma nação gigante e vocacionada à prosperidade, com um belo histórico diplomático e de boa vizinhança.
A mesma carta de Trump foi enviada para dezenas de países. Com diversos e diferentes índices tarifários. O Brasil foi um deles. Não se trata de Lula e a sua antipatia pelos norte-americanos, nem da mofada ideia da desdolarização mercantil, nem de Bolsonaro e sua pretensa amizade, apesar de sua citação na carta ao Brasil.
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Fanfarronices e dissimulações de Trump à parte, é um assunto de economia e política internacional e destinado aos diplomatas e aos experts no tema. Não para dois demagogos e seus súditos, focados em narrativas que agravam as verdadeiras preocupações e desafios nacionais.
LEIA MAIS TEXTO DE ASTOR WARTCHOW
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