Na modernidade líquida na qual estamos mergulhados, “ninguém tem tempo” para nada.

É nítido que a instantaneidade dos meios de comunicação e o avanço da tecnologia cobraram seu preço.

Constituímos a sociedade do cansaço, a qual, por paradoxo, gasta maioria do seu tempo fazendo o que não gostaria para, em algum momento do futuro, aproveitar o tempo.

A verdade é que a pressa tonteia demais as pessoas. O tempo é o bem mais democrático que existe, pois todos nós – sem qualquer distinção – somos donos das 24 horas que ganhamos por dia.

Tempo é mais caro que dinheiro porque não volta por trabalho ou por sorte. Tempo perdido, portanto, não se recupera nem com a mais alta indenização.

Em termos profissionais, a precipitação pode afastar uma oportunidade tanto quanto o atraso.

Devemos ter juventude, saber amadurecer e querer enxergar o privilégio de vivermos bastante tempo nessa aventura cheia de belezas e de mistérios que é a vida.

“Cada coisa ao seu tempo” é uma frase tão certeira quanto difícil de cumprir, pois é fácil deixar de perceber que a hora certa chegou.

Cada um deve achar a própria fórmula para aproveitar bem o tempo que tiver. Hoje, o maior desafio das pessoas é perder o menor tempo possível com distrações.

Quanto do nosso tempo acordados escorre pelo ralo com os vídeos curtos que assistes na rede social? Deve haver especial controle dos idosos e das crianças quanto a essa questão.

Inclusive, sentimos o tempo passar em velocidades opostas em cada ponta da nossa existência. Um ano passa ligeiro para quem já tem idade e se arrasta para os muito jovens.

Amar tira o peso do tempo até chegarmos aonde queremos. Nunca se é velho demais para sonhar, mas os sonhos têm seu tempo certo.

O núcleo familiar mostra tanto suas forças quanto suas debilidades nos tempos difíceis. Seja como for, as pessoas próximas a nós são as decisivas para que possamos recomeçar.

Sempre, ao longo da vida, é fundamental separar generosas porções de tempo para estar com os amigos. Aprender com eles areja a cabeça.

As histórias das amizades fazem o recheio da vida; o tempo que passamos com nossos amigos dá o sabor.

Acidentes, injustiças e outras trapaças do mundo roubam o tempo a mais que gostaríamos de ter com pessoas especiais. Melhor pensar que as lágrimas são o aplauso para um tempo bom que passou.
Por isso, finalizo transcrevendo a mensagem de meu pai, Ruy Armando Gessinger, em face do falecimento do Sr. João Walter Dreyer:

“Estou muito triste. Foi cedo demais para o céu um grande amigo que eu chamava sempre de Chico. Deus o tenha.”

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