Pé de Meia – Esse socorro financeiro aos alunos do ensino médio das escolas públicas, ainda que interessante e de boa iniciativa governamental, se considerarmos o conjunto das dificuldades pessoais e familiares da maioria da população, revela, todavia, o nível da degradação social e educacional que alcançamos e vivenciamos.
Afinal, a busca da realização e a conclusão da escolaridade, que devia ser um desafio natural, pessoal e familiar, resta comprometida e dependente de um “bicho-extra”.
Mais: também há pontos não apontados e esclarecidos quanto à responsabilidade governamental, notadamente no âmbito federal e estadual. Orçamentária e anualmente, destinamos bilhões em educação, mas os indicadores de frequência, desempenho e resultados não correspondem.
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Desemprego em queda – Notícia recente: “Desemprego é o menor da história desde 2014 em 14 estados… a menor taxa média desde 2012”. O desesperado governo e a mídia tradicional “comprarem e venderem” essa narrativa é compreensível face ao lastimável e degradante debate político em curso.
Quem acompanha o tema sabe que os indicadores e as pesquisas inerentes são superficiais e seletivas. Não bastasse a extraordinária ascensão do comércio “online”, que resulta em menos lojas físicas e menos empregos, há de se considerar também um número que dispensa maiores explicações sobre a irrealidade do anúncio “desemprego em queda”.
Qual seja: hoje temos mais de vinte milhões de famílias no Bolsa-família, mais de 58 milhões de dependentes. Quantos desses milhões de brasileiros estão desempregados (e gostariam de trabalhar)?
Aliás, a propósito, como conciliar essas contradições e narrativas com a informação de que 12 estados brasileiros têm mais “bolsistas” do que cidadãos de carteira de trabalho assinada (ver www.poder360.com.br)?
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O verdadeiro golpe de estado – Enquanto parte expressiva da população e da mídia fica discutindo intensamente se houve tentativa de golpe de estado ou não, de parte de Bolsonaro e sua turma, e discute se o governo Lula Terceiro já acabou ou se vai definhar ainda mais, o verdadeiro golpe de estado está em curso e sob a promoção do ministro Dias Toffoli e o silêncio dos demais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Afinal, dia sim, dia não, o ministro Toffoli anula processos judiciais e penas condenatórias (e determina devolução do dinheiro roubado) que levaram à prisão dezenas de pessoas que participaram do maior saque sistêmico (caso Petrolão!) que uma nação já sofreu. Definitivamente, não somos uma democracia.
Que dirá um estado de direito!
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