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AUTOCUIDADO

Outubro Rosa: dicas para prevenir e tratar o câncer de mama

Desde a década de 1990, quando o movimento do Outubro Rosa surgiu nos Estados Unidos para estimular a participação da população no controle do câncer de mama, campanhas anuais de prevenção são amplamente divulgadas. Tendo como símbolo o laço cor-de-rosa, também tem por objetivo conscientizar sobre a importância da detecção precoce. Em todo o mundo, esse mês é dedicado a essa finalidade. Em Santa Cruz do Sul, nos últimos 16 anos a clínica Saint Gallen – Ações e Terapias em Saúde tem pautado seu trabalho em prevenir e alertar a população sobre a importância de diagnosticar precocemente o câncer, seja ele de mama ou não.

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Em razão disso, desenvolve ações que promovam o acesso ao autocuidado e às consultas médicas preventivas. Esse é o caso da campanha Priorize o Autocuidado, por meio da qual alerta a mulher para que se priorize e tire um tempo para cuidar de si. Além disso, realiza o Dia do Controle Mamário, que possibilita em um único dia avaliação com mastologista, realização de exames de imagem e também a coleta para o exame preventivo de colo de útero.

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Conforme a gerente de Marketing e Qualidade da Saint Gallen, Deka Bueno, este é o terceiro ano consecutivo da ação. Os primeiros atendimentos foram realizados nos dias 6 e 9 de outubro e terão continuidade nos próximos dias 23 e 26. Além disso, a Saint Gallen realiza palestras em empresas para levar informação médica de qualidade e de excelência a um maior número de pessoas. Neste ano, foram mais de 12 em empresas de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Lajeado.

Prevenção primária

Sim, é possível prevenir o câncer de mama. A ginecologista e mastologista da Saint Gallen, Andréia Rauber, destaca que a prevenção primária pode ser feita para evitar o surgimento e controlar os fatores de risco que são modificáveis. Como exemplo, cita a prática regular de atividade física (150 minutos por semana, conforme preconiza a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), alimentação saudável, controle de peso corporal e evitar o excesso de bebida alcoólica e tabagismo. Essas recomendações são válidas, inclusive, nos casos em que há histórico da doença na família. Estudos comprovam que medidas preventivas, se seguidas rigorosamente, podem reduzir em até 30% o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama. A idade recomendada para todas as mulheres iniciarem os exames de diagnóstico precoce é a partir dos 40 anos, uma vez por ano.

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Entrevista: Bianca Weiss – oncologista clínica e coordenadora do Centro de Pesquisa e Inovação Saint Gallen

  • Diagnosticada a doença, qual é a primeira orientação dada às pacientes?

Quando a paciente é diagnosticada com câncer de mama, a primeira orientação é procurar um oncologista para melhor entender sua doença, saber o grau de agressividade e extensão do tumor para então iniciar o tratamento mais adequado. É importante lembrar que o diagnóstico não é uma sentença e existem vários fatores para guiar o oncologista no tratamento.

  • É possível traçar um perfil das mulheres que chegam ao consultório com a doença? Em termos de idade, estilo de vida, estágio da doença, etc.?

Mulheres, sobretudo a partir dos 50 anos de idade, têm maior risco de desenvolver câncer de mama. Porém, a cada ano que passa vemos mulheres mais jovens com diagnóstico, com 40 anos, 30 anos e 20 anos. As causas para isso são multifatoriais, tais como mudança do estilo de vida da mulher moderna, que passou a adiar a gravidez para depois dos 30 anos; redução do número de filhos; não amamentação ou amamentação por períodos curtos; obesidade; maior exposição hormonal e sedentarismo.

Também é bom lembrar que o câncer hereditário é bem específico dessa faixa etária – entre 5% e 10% dos casos estão ligados a mutações genéticas hereditárias. Por isso, quem tem situações de câncer de mama na família deve fazer um rastreamento diferenciado.

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  • Quais as opções de tratamento disponíveis?

Atualmente não se fala somente em quimioterapia e hormonioterapia. Tratamentos mais novos, como terapia alvo e imunoterapia, têm se associado aos já existentes, trazendo maiores chances de resposta e cura. O tratamento deve ser individualizado para cada tipo de tumor e características biológicas da doença de cada paciente. Nunca compare o seu tratamento com o de uma amiga, vizinha ou conhecida.

  • Em que casos se opta pelo procedimento cirúrgico?

Quando se tem o diagnóstico de câncer de mama, pensamos em realizar a cirurgia naquelas pacientes com doença localmente avançada, ou seja, doença na mama e/ou na axila. O procedimento cirúrgico pode ser realizado antes ou depois de alguns ciclos de quimioterapia.

Nas pacientes com doença metastática, ou seja, quando as células do tumor já saíram da mama, entraram na circulação sanguínea e estão instaladas em outros órgãos, a cirurgia não é a primeira escolha. No entanto, ela pode ser feita para controle local ou como procedimento higiênico nos casos onde o tumor tem risco de romper a pele, causar sangramento ou infecção.

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  • O que explica o fato de que, em algumas mulheres, o câncer retorna após alguns anos de o tratamento ter sido concluído?

A evolução na área da oncologia tem sido grande nos últimos tempos. Hoje sabemos muito mais da biologia tumoral, características das células tumorais, expressão de proteínas como o HER 2, PDL1 e consequências dessas alterações para o prognóstico e futuro das pacientes. Dessa forma, quando existem algumas alterações moleculares, essas pacientes tendem a ter chance maior ou menor de recidiva da doença, porém isso não é uma regra. Além disso, características como o tamanho do tumor inicial e doença na axila entram como avaliação para aumento ou não desse risco.

  • Qual a mensagem que tu deixas para quem está passando pela doença neste momento?

Sempre digo às minhas pacientes que a consulta com um oncologista certamente não estaria nos planos de vida delas. Mas agora que o “problema” surgiu devemos encarar da melhor forma possível, como se tivéssemos que atravessar uma montanha para chegar ao outro lado e seguirmos nosso caminho.

Eu sei que durante o tratamento ocorrerão altos e baixos, e isso é normal, mas o apoio dos familiares, dos amigos e a confiança na equipe médica fará com que essa trajetória não seja tão árdua. Pensamentos bons e positivos fazem a diferença. Em síntese, atravessaremos esse momento juntas.

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