Na noite de 14 de dezembro, o cinema entrou em choque com a notícia sobre a morte do cineasta Rob Reiner, aos 78 anos. Ele e a esposa Michele Singer, 68, foram encontrados mortos em sua residência, em Los Angeles. O mundo do cinema recebeu a notícia com tristeza pela morte inesperada de um dos mais amados ícones da indústria. Porém, seu legado à frente e atrás das câmeras jamais será esquecido.
Natural do Bronx, Nova York (EUA), Reiner consagrou-se pela sua carreira como diretor, roteirista e ator. Filho do humorista Carl Reiner, mais conhecido pela participação na trilogia Onze Homens e um Segredo, cresceu ao lado de grandes nomes do cinema, incluindo Mel Brooks. Rob fez sua primeira aparição nas telas em um seriado, em 1961. Uma década depois, estreou na direção em um filme para a televisão.
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O ano de 1984 representaria um marco em sua carreira com a chegada de Isto é Spinal Tap aos cinemas. O documentário falso sobre uma banda de metal fictícia foi desenvolvido na base do improviso, tornando-se uma cultuada comédia que inspirou séries e filmes, incluindo The Office.
A partir disso, sua carreira começou a decolar. Em 1986, Reiner apresentaria ao mundo aquele que considera o seu filme mais importante. Tratava-se de Conta Comigo, adaptação de um conto de Stephen King. A obra tornou-se um sucesso e é considerada por muitos – incluindo o próprio King – um dos melhores filmes baseados nas histórias do escritor.
Nos anos seguintes, o diretor consolidou seu trabalho em mais obras cultuadas, incluindo dois clássicos da Sessão da Tarde, A Princesa Prometida (1987) e Harry e Sally: Feitos um para o Outro (1989).
Em 1990, voltaria a adaptar uma obra de King no suspense Louca Obsessão (1990).
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O filme rendeu um Oscar de melhor atriz para a protagonista Kathy Bates e demonstrou, mais uma vez, a habilidade de trazer para as telas as histórias do autor. Década após década, Reiner evidenciou seu talento e versatilidade em filmes de diferentes gêneros, incluindo o suspense Questão de Honra (1992) e o drama Antes de Partir (2007), nos quais trabalhou com Jack Nicholson. Como ator, marcou presença em O Lobo de Wall Street (2014), de Martin Scorsese, e mais recentemente na série O Urso.
Na avaliação do cineasta Diego Tafarel, da Pé de Coelho filmes, Rob Reiner é um diretor raro por ter feito obras muito diferentes dos outros, afirmando que pelo menos seis são ótimas. “Mas, sem dúvida, o filme que marcou a minha infância e até hoje me toca quando assisto é Conta Comigo. Esse filme influenciou uma geração. Vai ficar na memória do cinema mundial”, afirmou.
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Três filmes indispensáveis do diretor



- Isto é Spinal Tap (1984) é um documentário sobre a lendária banda inglesa de heavy metal chamada Spinal Tap em sua turnê pelos Estados Unidos. O cineasta Marty DiBergi registra os bastidores e detalhes da vida privada dos músicos. Acontece que a sinopse é pura lorota. A banda não existe e tudo não passa de um falso documentário de comédia de Rob Reiner, que interpreta DiBergi. E embora seja uma comédia, os atores são convincentes como os músicos. Mesmo nos momentos e diálogos mais absurdos, a sensação é de que eles realmente agem e falam daquela maneira, tornando tudo ainda mais engraçado. Cultuada, rendeu uma continuação lançada 40 anos depois. As duas obras estão disponíveis na Amazon.
- Conta Comigo (1986) é o filme pelo qual Rob Reiner quer ser lembrado pelos fãs de cinema. A obra, inspirada em história de Stephen King, traz um sentimento feliz e triste que nos leva a refletir sobre a nossa infância ao acompanhar a aventura de um grupo de amigos em busca de um corpo. No caminho, eles refletem sobre suas vidas. A direção intimista de Reiner faz com que o público transforme-se no quinto integrante do grupo, criando uma aproximação única com cada personagem. Mesmo que melancólico em vários momentos, o filme provoca uma sensação maravilhosa, quase como um abraço, nos enchendo de lágrimas e risadas. Após 40 anos desde o seu lançamento, é uma obra para ser vista por todas as gerações. Disponível na Amazon.
- Louca Obsessão (1990) é mais uma excelente parceria entre Rob Reiner e Stephen King, que resulta não só em uma das melhores adaptações das obras do escritor, mas em um dos melhores filmes de suspense da história. Acompanhamos Paul Sheldon, um escritor que após terminar seu último livro em um hotel isolado nas montanhas, sofre um acidente em uma nevasca. Ele é resgatado por Annie Wilkes, uma enfermeira que afirma ser sua maior fã. Sem poder se locomover, Paul se vê preso na casa da mulher que o ajuda, até descobrir que a obsessão dela por sua escrita pode colocá-lo em risco. Reiner mostra seu talento para criar algumas das cenas mais tensas sem muito esforço. Uma delas fará até o mais destemido gritar de agonia. Veja na Amazon.
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