Faz alguns dias que comecei a pensar nos enfeites de Natal que vão decorar minha casa. É, sem dúvida, a minha época preferida do ano. Nesse meio tempo, acabei ajudando meus pais a montar a árvore deles – um gesto que virou tradição na nossa família há muitos anos. E, falando em tempo, já estamos em novembro. Para mim, o ano passou rápido demais. Vivo a correria do dia a dia e, quando vejo, já é sexta. Quando percebo, o mês acabou. E quando me dou conta, o ano está indo embora.
Foi um ano e tanto. Vivi experiências incríveis e outras nem tanto. Completei mais um ano no calendário, mas parece que foi ontem que eu estava na escola, brincando com meus amigos e vivendo a leveza de ser criança. Parece que foi ontem que eu passava horas lendo meus livros de coleções na sala de casa, aqueles que meus pais compravam com carinho porque sempre me incentivaram ao caminho da leitura. Talvez tenha sido ali que começou a nascer a jornalista que sou hoje.
Ainda me lembro das brincadeiras na frente de casa até a voz da minha mãe me chamar para entrar. Das festas de aniversário com decorações dos meus personagens preferidos. Dos momentos reservados aos desenhos animados que, mais tarde, viraram as séries dos canais de TV fechada. A nostalgia, no fim das contas, é o preço que se paga por ter vivido momentos especiais.
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Quando criança, eu costumava dizer para a minha mãe que queria ser adulta, trabalhar e viver a vida “que eu quisesse”. Ingênua eu, que não imaginava o prazer que era viver a infância. Essa passagem para a vida adulta sempre me lembra a música Poema, de Ney Matogrosso. A música fala daquele instante em que a gente percebe que perdeu alguma coisa “morna e ingênua” pelo caminho. Talvez seja essa a minha sensação quando revisito minha vida de anos atrás e olho, agora, para o calendário, como um luto manso pelo tempo que escorreu sem aviso.
Não é exatamente tristeza, mas a constatação de que a vida adulta não pede licença. Ela simplesmente acontece, mesmo quando a gente desejaria voltar por um instante à infância. Ainda assim, a vida continua iluminada pelas pequenas memórias, por coisas que “aconteceram minutos atrás”, como canta Ney. Seria desdenhoso reclamar do que vivo hoje, pois muitas das minhas conquistas atuais já foram orações no passado.
E se tem algo de que me orgulho, é de ter carregado comigo algumas das memórias mais bonitas, como meu amor pelo Natal. O ano pode ter passado rápido demais, mas nunca é tarde para aproveitar aquilo que é mais precioso: o hoje.
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