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LUTO

Paulo Gustavo não tinha comorbidade que agravasse quadro de Covid-19

Foto: Reprodução/Facebook

Paulo Gustavo tinha asma, mas estava controlada e isso não agravou a situação dele durante o enfrentamento da Covid-19. A declaração é da equipe médica que cuidou do ator durante entrevista ao Fantástico, da TV Globo. No dia 13 de março, o ator deu entrada em um hospital no Rio de Janeiro e fez tomografia, que registrou menos de 10% do pulmão comprometido.

A infecção pelo coronavírus foi se agravando, até o encaminhamento da Paulo Gustavo para a UTI e futura intubação, recebendo auxílio de um pulmão artificial para respirar. Em menos de três semanas, 75% dos pulmões do ator estavam comprometidos.

“Fiquei durante 53 dias rezando, pedindo a Deus que me desse força. A morte é uma coisa certa na vida da gente. A gente só espera que uma mãe vá na frente. Porque é muito duro. Não estou bem, mas sou capaz de rir. Quando eu falo dele, eu rio, porque ele detestava quando eu chorava”, declarou Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo, em entrevista à jornalista Renata Ceribelli.

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Paulo Gustavo deixou o marido, Thales Bretas, e dois filhos, Gael e Romeu, de um ano de nove meses. “Meu filho deixou um exemplo maravilhoso contra o preconceito. Meu filho casou, meu filho formou família, meu filho foi amado, ele constituiu tudo. Eu tenho dois netos maravilhosos”, ressaltou Déa. 

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“Para sempre o amor da minha vida”, diz marido

O marido de Paulo Gustavo, Thales Bretas, falou pela primeira vez sobre a morte do humorista neste domingo, 9, em entrevista ao Fantástico. O ator morreu na terça-feira, 4, em decorrência de complicações da Covid-19.

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“A ficha está caindo aos poucos, ele vai ser para sempre o amor da minha vida, está muito difícil. É uma dor de não poder ter aquele cara tão especial de novo na vida dos nossos filhos. Ainda estou vivendo esse momento de aceitação da perda, da ausência e da saudade”, revelou o médico.

“A presença dele era muito forte. Ele me chamava o tempo todo, gritando pela casa. Às vezes, eu não respondia, só para ele aprender a me procurar andando. Essa ausência é avassaladora. É um silêncio que não fazia parte da minha vida há sete anos”, lamentou.

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Filhos

Como fruto desse relacionamento, o casal adotou os gêmeos Romeu e Gael, que vão fazer dois anos no mês de agosto. Na entrevista, Bretas contou que os pequenos estão sentindo falta do humorista.

“Nossos filhos são o resultado do nosso amor que eu vou levar para sempre. Vou amar por nós dois. Como eu queria que ele me ajudasse a educar da forma dele, passar os valores que ele tem. Paulo era uma das pessoas mais íntegras que eu conheci na minha vida, mais generosa, mais amorosa e mais protetora”, afirmou.

“Minha foto de celular é o Paulo com as crianças. E eles sempre pedem para ver ‘papai Paulo’. Durante um tempo no hospital, eu falava ‘papai tata’, porque eles me chamam de ‘papai tata’, ‘papai tata vai no hospital porque papai Paulo está dodói’. Hoje, tento explicar, quando consigo, que o papai Paulo não está mais dodói e virou uma estrelinha que está olhando lá de cima para a gente”, completou.

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Casamento

Thales e Paulo se conheceram em 2014 e se casaram em dezembro de 2015, com cerimônia celebrada por Regina Casé. O dermatologista revelou que tinha noção que o casamento seria um grande símbolo de representatividade para a comunidade LGBTQIA+, porém não esperava o tamanho da repercussão na época.

“Em Belo Horizonte [onde Thales vivia], eu sofria muito preconceito. Sentia a necessidade de mostrar que a gente pode ser amado e ser aceito se a gente se impuser. Na época, o casamento gay no Brasil tinha pouco tempo e eu sentia que aquele era um passo importante. Mas, o impacto que teve foi muito surpreendente e positivo”, explicou ele.

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Luto

Sobre o luto, Thales contou que sente mais intensamente a falta de seu companheiro à noite, mas que está tentando se apegar na fé e na família. “Tive muita sorte de viver sete anos com ele. Acredito em Deus e ainda estou vivendo esse momento de luto, mas as noites têm sido mais difíceis”, iniciou ele.

“Eu fazia carinho toda noite para ele dormir. Acalmando ele, eu me acalmava também. E não tem mais esse calmante para mim. Onde ele estiver, vai continuar brilhando. Ele me transformou, nunca mais serei a mesma pessoa. Agradeço a ele os momentos felizes que vivemos juntos. São os mais felizes da minha vida e vou passar isso para os nossos filhos. E também pra família dele, que é minha família. Ele vai trazer essa alegria para mim de volta, porque o papel dele era transformar a tristeza em alegria”, concluiu Bretas.

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