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FORA DE PAUTA

Perfeitos imperfeitos

Sim, este texto é sobre pessoas e seus hábitos, digamos, rudes diante de situações que poderiam ter desfechos bem diferentes se conduzidas de uma forma minimamente educada. Na fila do supermercado, dia desses, presenciei uma cena que por pouco não acabou em confusão. Um cliente entrou no guichê preferencial, mesmo sem se enquadrar nos critérios para tal. Logo atrás, outra pessoa, que teria direito a usar aquele espaço em razão de sua fragilidade física acumulada ao longo dos anos, disparou uma série de impropérios capazes de constranger até mesmo o indivíduo mais alienado.

Vejam, não estou defendendo quem entrou no caixa preferencial sem as devidas prerrogativas, mas pelo contexto dava para notar que havia sido uma distração. Prontamente ao ouvir os desaforos que nem pareciam vir de um cidadão tão experiente, o errado afastou-se, gentilmente desculpou-se e a vida seguiu. Mas a imagem e a grosseria eu e possivelmente as demais pessoas que presenciaram a situação não esqueceram, tanto que o fato deu origem a este texto que tem o objetivo de convidar à reflexão.

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Será que com o tempo esquecemos do caminho que trilhamos, dos erros que cometemos mesmo quando não queríamos? Será que somos tão perfeitos a ponto de poder descarregar nos outros os nossos rancores? Será que fomos ou somos tão exemplares?

Lembrei da letra de Quatro Vezes Você, do Capital Inicial, que em determinado trecho diz: “O que você faz quando ninguém te vê fazendo. O O que você queria fazer se ninguém pudesse ver”…

Pois então, quantas vezes aquele indivíduo grosseiro teria feito coisas que ninguém o viu fazendo? Ouso arriscar que possivelmente várias, mas naquele momento só interessava a ele o prazer de atacar deliberadamente o outro.

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E se ele tivesse falado gentilmente?

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O fato é que toda essa análise do comportamento cotidiano da fila do supermercado pode ocorrer em outros ambientes e nas mais variadas situações. Uns vão dizer que foi a pandemia que transformou o modo de agir e pensar, o que não duvido. Mas desde os tempos de piá – e hoje como pai digo isso para meu filho reiteradas vezes – aprendi que conversando é que a gente se entende.

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Mas, como diz Ruth Benedict em O Crisântemo e a Espada, “a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo”. Então, talvez a cultura do cidadão irritado tenha sido moldada daquela forma. Uns dirão que àquela altura da vida ele não mudaria. Eu, acredito que sempre há tempo de aprender algo novo, nem que seja deixar velhos hábitos de lado e viver de uma forma mais leve.

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