Apesar das adversidades climáticas que acometeram o Rio Grande do Sul em 2024, a agricultura mostrou mais uma vez a sua força no Vale do Rio Pardo. O valor total da produção nos municípios da região chegou a R$ 4,896 bilhões, um aumento de 4,63% em relação a 2023, quando o setor registrou R$ 4,680 bilhões. Os dados alusivos ao último ano foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 11.
O resultado no Vale do Rio Pardo vai na contramão do restante do Brasil, onde a produção agrícola no último ano ficou em R$ 783,2 bilhões, um recuo de 3,9%. A redução foi motivada principalmente pela queda no valor da soja e do milho, que tiveram diminuição dos preços no mercado internacional. Além disso, o IBGE reforça que o volume da colheita também foi afetado por fenômenos climáticos, como o El Niño e as chuvas e alagamentos no Rio Grande do Sul.
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Na região, o município que mais se destacou foi Rio Pardo, onde a produção agrícola resultou em R$ 607,3 milhões. Em seguida, aparecem Venâncio Aires, com R$ 436 milhões; Candelária, com R$ 391,2 milhões, e Arroio do Tigre, com R$ 306,1 milhões. Já Santa Cruz do Sul, maior município do Vale do Rio Pardo em população, aparece em sétimo no ranking regional, com R$ 228,8 milhões.
Na outra ponta, Mato Leitão (R$ 18,3 milhões), Lagoa Bonita do Sul (R$ 58,1 milhões) e Herveiras (R$ 59,7 milhões) tiveram os resultados menos expressivos. A área plantada ou destinada à colheita no Vale do Rio Pardo totalizou 538.014 hectares, uma diminuição em relação ao ano anterior, quando foram 546.386 hectares de terra empregados nesse fim.
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Ao comparar os resultados de 2024 e 2023, 15 municípios da região tiveram crescimento. O maior aumento foi em Salto do Jacuí: o valor da produção disparou de R$ 61,3 milhões para R$ 178,5 milhões, uma diferença de 191,39%. Também se destacaram General Câmara, com de 70,96%; Ibarama, com 47,95%, e Tunas, com 45,94%. No entanto, a colheita do ano passado teve redução em 13 cidades, sendo Mato Leitão (-46,34%), Vale Verde (-38,5%) e Encruzilhada do Sul (-24,28%) as mais prejudicadas.
Confira o resultado por município

Tabaco reforça protagonismo
Assim como foi em 2023, o tabaco seguiu sendo o principal produto agrícola do Vale do Rio Pardo em 2024. O valor da fumicultura correspondeu a aproximadamente metade do total somado na região, com R$ 2,452 bilhões – o equivalente a 50,07%. Conforme os dados do IBGE, a área plantada e destinada à colheita foi de 67.629 hectares.
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Apesar do valor ter apresentado aumento em relação ao registrado em 2023, quando a cultura do tabaco rendeu R$ 2,356 bilhões à região, a quantidade produzida diminuiu. Enquanto a colheita no Vale do Rio Pardo foi de 134.004 toneladas no ano anterior, em 2024 caiu para 118.846 toneladas.
Os municípios onde o tabaco teve maior protagonismo foram Herveiras, onde o produto correspondeu a 92,76% do valor total da colheita; Sinimbu, com 82,66%, e Vera Cruz, com 82,33%. Já em relação ao valor bruto, se destacaram Venâncio Aires, com R$ 302,3 milhões; Arroio do Tigre, com R$ 206,8 milhões, e Vale do Sol, com R$ 190,6 milhões. Em Santa Cruz do Sul, a fumicultura correspondeu a 72,54% do total, com R$ 165,9 milhões.
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