Os dez anos em que viaja pelo Brasil inspiram a professora, jornalista em Ciências da Linguagem Giorgia Miazzo, 38, a recuperar o dialeto talian, patrimônio linguístico deixado pelos imigrantes do Norte da Itália no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em breve passada por Santa Cruz do Sul nesta semana, a tradutora, junto com o companheiro Gianluca Parise, 33, não se intimidou com a terra habitada em grande parte por imigrantes alemães e apresentou nessa segunda-feira à noite, o projeto Cantando In Talian, ação que visa preservar não só a língua dos nonos, mas todos os patrimônios culturais, históricos e sociais da ponte histórica Itália-Brasil.
Foi através da utilização de recursos como vídeos, imagens e, claro, música, que os professores tiveram a oportunidade de ensinar a um grupo de aproximadamente 30 pessoas – a maioria formada pelo Círculo Cultural Bella Italia (CCBI) – as riquezas de um dialeto que em novembro do ano passado foi considerado pelo Ministério da Cultura (MinC) Referência Cultural Brasileira. Durante o encontro, que ocorreu no Gaudério Bar, os italianos também trabalharam, de maneira lúdica e divertida, com dois livros resultantes de uma tese na Universidade Ca ‘Foscari de Veneza.
Focado na comunidade, o projeto trabalha com expressões típicas, ditados e provérbios. Na esteira deste processo, a italiana natural da cidade de Padova, região do Vêneto, acredita que um dos mais importantes recursos trabalhados na intervenção cultural é a música. “Os imigrantes vieram para cá cantando. Foi uma espécie de religião. Sob essa perspectiva, pode-se trabalhar a fonética e a pronúncia. Ela fica na cabeça das pessoas”, afirma.
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