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EXPORTAR RS

Programa de incentivo à exportação de micro e pequenas empresas é lançado em Santa Cruz

Foto: Rafaelly Machado/Banco de Imagens

O comércio exterior está na pauta dos empreendedores, sobretudo a partir do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da taxação de 50% sobre os produtos brasileiros. Grandes empresas apontam o impacto das medidas e já movimentaram ações por parte dos governos do Estado e da União. Às micro e às pequenas abriu-se a possibilidade de buscar inserção no mercado externo, mas falta conhecer os caminhos para isso.

É com esse fim que surgiu o programa Exportar RS, desenvolvido pelo Estado e apresentado nessa quarta-feira, 10, em parceria com a Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz e Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação. Empresários locais e de cidades vizinhas tiveram a oportunidade de conhecer o mecanismo disponibilizado pelo Estado para incrementar a cultura exportadora entre os gaúchos.

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A apresentação do programa, que é desenvolvido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), foi feita pelo coordenador, Silvio Andriotti, e pela analista de comércio exterior, Margit Knorr. Eles têm percorrido municípios, em ação de interiorização, para explicar o mecanismo e explicar os benefícios para empresas que solicitarem os estudos gratuitos.

“É importante exportar para reduzir o efeito sazonal, impactar nos empregos, incentivar inovação, remunerar melhor os profissionais e diminuir carga tributária”, disse Andriotti. Ele reforçou a característica exportadora de Santa Cruz, especialmente em função da venda do tabaco para mais de cem países, mas lamentou a baixa procura de micro e pequenos por esses novos mercados. No levantamento do Exporta RS, o município fica atrás de muitas cidades, incluindo as próximas Venâncio Aires e Lajeado.

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Andriotti reforçou que muitos entre os pequenos pensam que não têm capacidade de exportar, mas citou o exemplo de países como a Itália, que tem 60% do que é vendido para outros países a partir das micro e pequenas. No Brasil, fica em 40,5%. O Rio Grande do Sul é o estado em que os menores mais exportam, mas ainda tem potencial de crescimento, em especial para países da América Latina.

A busca por mais informações e o cadastramento para solicitar estudo de viabilidade podem ser feitos pelo site desenvolvimento.rs.gov.br/exporta-rs. “Há espaço para todos os tipos de produtos”, frisou Margit.

Empresa local de móveis busca novos mercados

A pequena busca dos santa-cruzenses pelo programa Exportar RS não significa que o município ignore a cultura exportadora. Santa Cruz do Sul é o segundo no ranking de vendedores de produtos para outros países. Essa posição privilegiada se dá pelo bom desempenho do tabaco, que representa mais de 90% da exportação santa-cruzense.

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A balança comercial do município, resultado do que é vendido para outros países e do que é comprado, tem mostrado resultados positivos expressivos. Neste ano, até agosto, de acordo com dados do Ministério da Fazenda, Santa Cruz vendeu US$ 1,1 bilhão e comprou US$ 109,4 milhões. O saldo é de US$ 988,6 milhões. Isso faz com que represente 8,8% da exportação gaúcha. No ranking nacional, ocupa a 41ª posição, com 1,2% do que é exportado pelo País.

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Esses números motivam até mesmo os micro e pequenos empreendedores. É o caso de Otávio Leitão. Com mais dois irmãos, montou a Verken no Berçário Industrial, há cinco anos. Eles produzem móveis e conseguiram deixar o ambiente de incubação para ter seu espaço próprio, onde fazem investimentos, como a aquisição de uma linha de corte a laser vinda da China, no início do ano, e, mais recentemente, o equipamento de pintura automática de madeira.

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A família já teve experiência de encaminhar produtos para o Uruguai e atende todo o Brasil, por meio de e-commerce, mas tem a intenção de ampliar. “Teria que realizar um estudo, contratando empresa para isso, sem saber os possíveis resultados. Com mecanismo como o Exporta RS fica mais fácil”, avaliou Otávio após assistir à apresentação de Silvio Andriotti e Margit Knorr, no auditório da ACI.

Porto seco pode servir como incentivo

O potencial logístico de Santa Cruz do Sul é defendido como ponto positivo para o incentivo ao comércio de empresas, de qualquer tamanho, com mercados do exterior. O município é cortado por rodovias que são caminho para o Porto de Rio Grande, de onde parte a maior parcela das exportações gaúchas. Além disso, tem o Aeroporto Luís Beck da Silva, que está nos planos de investimento. Também vem sendo defendida a instalação de um porto seco, zona aduaneira que serve para agilizar a importação e exportação de produtos da região.

O secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação, Leonel Garibaldi, e a subsecretária Anette Schiemann Pegas acompanharam o evento de interiorização do Exporta RS, ontem, no auditório da ACI. Segundo ele, há interesse em viabilizar o porto seco, como forma de incentivo ao desenvolvimento das empresas, assim como seguem o berçário industrial, o Gauten Parque Tecnológico e os dois distritos industriais. Santa Cruz conta ainda com o Banco do Povo, como forma de possibilitar o incentivo aos pequenos empreendedores.

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“Santa Cruz é reconhecida como polo de exportação, mas existe capacidade para ampliação. Há esse entrave com os Estados Unidos, mas as portas do mundo estão abertas para nossos negócios”, ponderou Garibaldi. Diretor jurídico da Associação Comercial e Industrial, Marco Antônio Borba reforçou o potencial empreendedor santa-cruzense. Ele também é representante da Câmara do Comércio Brasil/Portugal e acrescentou que o Brasil é gigante, mas “é importante ter uma oportunidade de trabalhar com euro ou dólar”, em referência às moedas fortes no mundo.

No comparativo de janeiro a agosto dos últimos dois anos, os santa-cruzenses ampliaram a exportação, em valores, em quase US$ 70 milhões. Em 2024 foi US$ 1.029.007.728,00 e em 2025, US$ 1.097.997.222.

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