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LUÍS FERNANDO FERREIRA

Quem se interessa por informação?

Li em algum lugar que as pessoas estão hoje mais bem-informadas, graças à onipresença das redes sociais e influenciadores digitais. Comecei, de imediato, a rir por dentro. Lembrei do que tenho visto com frequência no YouTube, só para mencionar um exemplo de mídia. O rapper Sean Combs, o Puff Diddy (ou Daddy, como era conhecido nos anos 90), foi ao banco dos réus neste ano por acusações de tráfico sexual e organização criminosa, entre outras.

O julgamento ficou no centro das atenções, por envolver direta ou indiretamente personalidades do mundo artístico. Com isso, dezenas de vídeos sobre o caso passaram a ser postados diariamente. E como as sessões são fechadas, sem acesso ao público e sem câmeras, muita gente resolveu dar asas à imaginação no YouTube (e também fora, naturalmente).

Testemunhas que não foram arroladas no processo dando depoimentos bombásticos, totalmente inventados; divulgação de áudios de artistas mortos, como Michael Jackson e Prince, cheios de sinistras “revelações”; Diddy com surtos incontroláveis de fúria, precisando ser “contido” e retirado do tribunal (depois de cinco ou seis vezes que isso aconteceu, não entendo como ele continuou no julgamento).

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Tudo falso. Então fique tranquilo, fã da Jennifer Lawrence: ela não tem nada a ver com isso. Não depôs e seu nome nem está no processo. Mas é desanimador verificar as caixas de comentários em cada vídeo, com centenas de mensagens, e notar credulidade na maioria delas. Eu mesmo falei com pessoas que, no dia a dia, vinham me contar: “Viu o que aconteceu no julgamento do Diddy? Ele é louco mesmo!”.

Claro que há também canais sérios e com informações fidedignas, mas os que não são têm uma presença considerável. E, assim como podem acreditar facilmente no que não existe, não poucas pessoas têm dificuldade em crer no que existe. Por exemplo: vacinas.

O brasileiro está mais bem-informado, dizem os otimistas, mas esse conhecimento não se reflete nos índices de vacinação, que vêm decrescendo nos últimos anos. Isso se observa não só no Brasil, mas no mundo.

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As causas já foram apontadas, ou melhor, a causa: proliferação constante de notícias falsas, sobretudo em redes sociais, segundo as quais vacinas causam câncer, infarto, aborto e sabe-se lá mais o quê. Em 2025, há o risco de que doenças já erradicadas voltem a atingir a população. Por falta de imunização na infância.

Informação há, mas falta mais interesse nela.

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