Não é de hoje que o escritor israelense David Grossman, 71 anos, é um dos mais enfáticos defensores da urgência e da importância de implementar a paz no mundo árabe. Uma paz que, como bem sabe e testemunha, é inviabilizada ou desarticulada principalmente pela sua própria nação, Israel. Em ensaios e romances, bem como nos contundentes depoimentos que costuma dar na mídia, ele é, ao lado de alguns conterrâneos, crítico rigoroso da postura do governo do país, que, na forma como avança nos territórios palestinos e como se confronta com os demais vizinhos árabes, mais e mais inimigos granjeia.

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A Companhia das Letras tem em pré-venda no Brasil um novo livro de Grossman, no qual reafirma seu posicionamento. O coração pensante: sobre Israel e Palestina, em tradução de Berilo Vargas, em 192 páginas, a R$ 74,90, ressalta a defesa do autor em torno da necessidade de reconhecer e estabelecer o direito dos palestinos a serem uma nação, e de preservar a sua história. O novo livro deve chegar às livrarias no dia 28 de outubro. O tema fala muito alto a Grossman: um de seus filhos foi morto em operação militar a serviço do Exército de Israel, tema de seu estarrecedor romance A mulher foge.

A obra de Grossman há muito que já é merecedora do Prêmio Nobel. É um romancista de rara estirpe, dos que também usam de sua influência para ao menos tentar mudar a vida de seu povo, do mundo como um todo, melhor, para as atuais e para as futuras gerações. Tarefa cada vez mais difícil.

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