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OPINIÃO

Régis de Oliveira Júnior: “A IA pode salvar a fumicultura”

Foto: Inor Assmann

O Brasil é o maior exportador mundial de tabaco, atividade que sustenta milhões de empregos e gera receitas fiscais relevantes. A cadeia produtiva do Sul movimenta US$ 1,99 bilhão em divisas, mantém 2,06 milhões de postos de trabalho e responde por R$ 11,7 bilhões em receita agrícola no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Esses números explicam o peso econômico e social da fumicultura no País.

Para proteger e ampliar esse legado, a inteligência artificial tornou-se ferramenta estratégica. Seu uso pode reduzir riscos e assegurar renda mais previsível a 133.265 famílias que dependem diretamente da atividade. Na prática, a agricultura de precisão integra sensores de solo, estações meteorológicas, drones com câmeras hiperespectrais, imagens de satélite e algoritmos capazes de processar dados históricos e em tempo real.

Esses sistemas identificam variações de umidade, níveis de nutrientes, deficiências foliares e sinais iniciais de pragas ou doenças antes da percepção humana. Com isso, permite aplicação precisa de insumos, irrigação localizada e manejo integrado mais eficiente, reduzindo desperdícios e impactos ambientais sem comprometer a produtividade.

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Sensores de condutividade elétrica e pH, mapas de vigor vegetativo e modelos preditivos que cruzam o clima, solo e histórico produtivo orientam decisões por talhão. O resultado é redução de custos, menor uso de pesticidas e fertilizantes e aumento da margem do produtor. Ensaios em lavouras experimentais indicam queda de até 30% nesses insumos.

A adoção tecnológica também atrai jovens ao campo, desde que acompanhada de crédito adequado e capacitação. Cursos como Operador de Drones, Técnico em Agricultura de Precisão e Analista de Dados Agrícolas, devem ser ofertados por entidades do setor e prefeituras, ajudando a renovar a mão de obra e ampliar a eficiência da cadeia.

No cenário internacional, há experiências consolidadas. Empresas alemãs usam inteligência artificial no controle em tempo real da produção, reduzindo perdas. Na Índia, sistemas de visão computacional automatizam inspeções industriais. Pesquisas no Paquistão empregam imagens de satélite para estimar áreas plantadas, enquanto a China utiliza sensoriamento remoto para classificar a qualidade das folhas.

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No Brasil, empresas integradas avançam nesse caminho. A BAT Brasil desenvolveu tecnologia baseada em aprendizado de máquina para prever riscos climáticos e produtivos. A Philip Morris Brasil opera sistemas digitais de rastreabilidade, gestão de suprimentos e logística, assegurando padrão de qualidade e exportação para mais de 140 países.

Com maior estabilidade produtiva e competitividade externa, a indústria fortalece a arrecadação e a entrada de divisas. A inteligência artificial desponta como aliada da modernização da fumicultura, desde que sua adoção venha acompanhada de responsabilidade pública, transparência e foco no desenvolvimento econômico sustentável do agricultor e do setor.

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